Em live, Lula conclama militância a ir às ruas para eleger Boulos
Ao lado do candidato à prefeitura de São Paulo, presidente pediu para apoiadores irem de casa em casa para conversar com as pessoas e conquistar votos: “É importante que a militância rompa o silêncio. Nós temos uma semana”, afirmou
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O presidente Lula e o candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) realizaram uma live nesta sábado (19), após a chuva levar ao cancelamento de duas caminhadas que seriam feitas na capital paulista. Na reta final do segundo turno, Lula conclamou a militância a se mobilizar e conversar com as pessoas sobre a importância da eleição de Boulos, que tem como vice a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), para a melhoria das condições de vida dos paulistanos.
“É importante que a militância rompa o silêncio. Ou seja, nós temos uma semana, nós temos segunda, terça, quarta, quinta, sexta e temos que trabalhar. É importante que a gente, na vila em que a gente mora, o local em que a gente trabalha, a gente vá conversar com aquelas pessoas que têm dúvida”, disse o presidente, que também se dirigiu a quem ainda não decidiu pelo voto em Boulos.
“Meus amigos e minhas amigas, se você votou em algum outro candidato no primeiro turno, nós respeitamos, porque seu voto é Sagrado. Se você anulou seu voto, nós respeitamos, porque sua decisão e sagrada. Mas agora, está na hora de você escolher definitivamente o que você quer para a sua família, para a sua rua, para a sua vila e para o seu bairro. Está na hora de você escolher alguém que vai governar, não só com a cabeça, mas também com o coração”, disse o presidente, ressaltando que Boulos tem como vice “a melhor prefeita da história de São Paulo”.
O @GuilhermeBoulos representa a grande novidade política dessa eleição em São Paulo. Se você votou em outro candidato ou anulou seu voto no 1° turno, nós respeitamos. Mas agora é a hora de escolher quem vai cuidar da sua cidade, da sua família. E essa pessoa é o Boulos. Por isso,… pic.twitter.com/XDUY9d43Ns
— Lula (@LulaOficial) October 19, 2024
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Lula destacou ainda que Boulos na prefeitura “vai brigar para que vocês tenham aquilo que o povo de São Paulo merece, um educação de qualidade, uma saúde de qualidade, um transporte de qualidade e um tratamento extraordinaramento, sobretudo para o povo da periferia, que muitas vezes se sente abandonado”.
Apoio máximo do governo federal
Lula acrescentou que, com uma eventual eleição de Boulos, o governo federal vai dar todo o apoio para que ele se torne “o melhor prefeito da história de São Paulo”.
“Vamos dar uma chance a quem representa a grande novidade política dessa eleição, chamada Guilherme Boulos, número 50. Vamos fazer essa ponte extraordinária, e vamos ver como a vida do povo vai melhorar. E uma coisa importante é que, ele ganhando as eleições, ele não vai precisar bater na porta da Presidência, porque a porta do Palácio do Planalto está aberta para São Paulo, como esteve a vida inteira para quem procurou”, enfatizou Lula.
Fake news
Lula também rebateu a fake news espalhada pela extrema direita de que, caso Boulos seja eleito, ele vai tomar as moradias das pessoas. Com essa mentira, os adversários tentam distorcer a verdadeira função do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que foi liderado pelo psolista, de trabalhar para garantir moradias a quem precisa, por meio de parcerias, inclusive com o programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal, sem nunca ter invadido a casa de ninguém.
Apagão em São Paulo
Diante da incompetência e da inércia do governo do estado de São e da prefeitura da capital, Lula anunciou, durante a live, que o governo federal vai ajudar as cerca de 850 mil famílias que sofreram perdas com o apagão que começou no último dia 11, após uma tempestade, e se prolongou por todo o final de semana passado.
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O presidente anunciou que a ajuda aos paulistanos e moradores da região.metropolitana será feita com a mesma presteza que foi verificada no socorro do governo federal ao Rio Grande do Sul durante as enchentes iniciadas em maio deste ano. “O meu governo fez para o Rio Grande do Sul o que jamais tinha sido feito na história do Brasil em qualquer acontecimento grave que aconteceu”, frisou.
Lula disse que, do mesmo jeito que foi feito com a população gaúcha, o governo vai liberar uma linha de crédito para os 850 mil pessoas afetadas pelo apagão, além de empresários que tiveram prejuízos em seus negócios.
Ele criticou a atual gestão da prefeitura de São Paulo por falhas antes e depois do apagão. Também destacou a incompetência da concessionária de energia Enel, por levar vários dias para retomar o fornecimento de energia, e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por não fiscalizar a prestação do serviço.
“Aqui em São Paulo não foi um problema da natureza. Na natureza, choveu, choveu. Mas se as árvores estivessem cortadas, se a empresa tivesse sido responsável e feito do jeito que deveria fazer, se a empresa fiscalizadora de São Paulo tivesse fiscalizado, se a agência tivesse fiscalizado, porque toda essa gente foi indicada pelo governo passado, eles têm mandato”, disse Lula, frisando que a atual diretoria da Aneel foi indicada pelo governo Bolsonaro.
O presidente também ressaltou que nada foi feito pela Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do estado de São Paulo), que deveria fiscalizar e aplicar sanções contra a Enel.
Retorno a São Paulo
Lula disse também que viajará para a Rússia no domingo (20), para participar da reunião dos BRICS, e que, quando retornar ao Brasil, na próxima semana, irá a São Paulo para realizar mais um ato de campanha com Boulos.
“Se no dia 25 a gente puder fazer alguma coisa, nem que seja uma live junto, eu quero convidar você a fazer uma live para a gente falar com os eleitores que têm dúvida em quem votar no dia 27”, afirmou o presidente.
Confiança
Na conversa com Lula, Boulos demonstrou estar confiante na vitória. “Eu tenho conversado com o povo inteiro em São Paulo. Sabe o que eu percebo? Primeiro, as pessoas querem mudar, não estão satisfeitas e querem mudar. Querem na prefeitura um líder que represente a cidade, que esteja à altura da cidade”, disse o candidato, que enumerou várias dificuldades enfrentadas pela população.
“Vai num posto de saúde, não encontra remédio, tenta um exame, não consegue agendar. Vai no CRAS (Centro de Referência de Assistência Social), não consegue. Esse é um problema que afeta o Bolsa Família, criado pelo presidente Lula. O pessoal não consegue renovar em São Paulo. Aí atrasa a Bolsa Família, a pessoa não recebe”, relatou o candidato.
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Da Redação