Em Seminário, petistas defendem Brasil inclusivo, justo e soberano

O resgate e a ampliação das políticas públicas e sociais implementadas durante os 13 anos dos governos Lula e Dilma – e destruída pelo atual governo Bolsonaro – foi defendido pelos debatedores

Gabriel Paiva

Deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), coordenador do debate

Reconstruir um Brasil inclusivo, justo e soberano foi o tema da segunda mesa de debate durante o Seminário Travessia, Resistência e Esperança, promovido pelas Lideranças do PT na Câmara e no Senado, em parceria com a Fundação Perseu Abramo e o Instituto Lula, nesta segunda-feira (31). O debate foi coordenado pelo deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).

O resgate e a ampliação das políticas públicas e sociais implementadas durante os 13 anos dos governos Lula e Dilma – e destruídas pelo atual governo Bolsonaro – foram defendidos pelos debatedores.

Em sua exposição, o deputado Afonso Florence (PT-BA) apontou o tema tributário como um dos grandes desafios para a reconstrução do País. “A Reforma Tributária será fundamental para combater a fome e retomar um conjunto de políticas públicas de que o povo precisa”, defendeu Florence.

Plano de Investimento

O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), defendeu a instituição de um Plano Nacional de Investimento. Ele citou o estado que ele governa como exemplo. Segundo ele, no Piauí tem um plano para a qualidade de vida, um plano voltado para a saúde, educação, crescimento econômico e para infraestrutura.

De acordo com o governador, para fazer a reconstrução é necessário recuperar aquele patamar que o Brasil se encontrava nos meados de 2015, 2016 quando se deu o golpe parlamentar contra a presidente Dilma Rousseff. Onde, segundo o governador, a área pujante do empreendedorismo no campo e na cidade, sofreu com a desarticulação de todos os programas.

“Os programas voltados para a reforma agrária, para o apoio à agricultura familiar, programa de alimentação, programa de água, programa relacionado à mobilidade urbana, os programas estratégicos voltados para a qualidade de vida e na cidade para melhorar a expectativa de vida, eles foram desarticulados, né?”, lamentou Wellington Dias.

Esperançar

O governador ainda avalia que o Partido dos Trabalhadores tem de levar aos brasileiros aquilo que o brasileiro mais deseja, esperança. “Sim, é possível a reconstrução do Brasil. Sim, é possível dar passos largos no sentido de, ao mesmo tempo ter esse olhar social, ter crescimento, ter integração comum com sustentabilidade”, observou.

“Então, com essas palavras eu quero que a gente possa sair desse encontro mais cheio de esperança ainda. Eu estou animado. Nós vamos estar aqui de manhã, tarde e noite construindo essa vitória (de Lula) por acreditar no Brasil inteiro, mas de modo especial para os que mais precisam”, afirmou o governador do Piauí.

Disputa ideológica

Em seu pronunciamento, o ex-ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República Luiz Dulci afirmou que os governos do PT acharam ou acreditaram que as conquistas econômicas da população resultariam no nível de consciência política da população. Dulci explicou que, muitas vezes, a população valoriza o que foi conquistado, mas não percebe que por trás daquelas conquistas existe uma visão da sociedade.

“Então, talvez tenhamos que fazer uma disputa de valores que alguns chamam de disputa ideológica mais explícita, mostrando quais são os fundamentos das políticas econômicas, sociais, cultural, educacional que nós queremos implantar”, sugeriu.

O ex-ministro lembrou que as transformações que os governos petistas fizeram tinham gerado necessidades novas. Para ele, felizmente que o ser humano individual e coletivo caminha rumo a novas conquistas, que o patamar avança, que o avanço da sociedade não tem limite, não acaba, e novos horizontes vão se colocando.

“Ou seja, existem questões que são novas e quando estávamos no governo não tinha a centralidade que tem hoje. Um exemplo: os trabalhadores de aplicativos. O Brasil tem hoje mais de um milhão desses trabalhadores no mundo do trabalho. Haverá uma legislação para esses trabalhadores? Como proteger, defender o direito deles?”, explicitou Luiz Dulci, como mais um desafio para a reconstrução do País.

Novos problemas, novas respostas

“Dar soluções práticas e concretas aos problemas imediatos, é isso que dá força para o nosso projeto. É preciso também dar respostas novas a problemas novos. Eles não existiam há 30 anos. Não é que questionem o nosso legado, não. Eles pautam temas diferenciados que não estavam na nossa agenda naquele momento”, esclareceu Luiz Dulci acerca dos dilemas que se apresentam, e que o PT precisa oferecer respostas.

Medidas para a reconstrução

Já o presidente da Fundação Perseu Abramo e ex-ministro Chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante disse que o desafio da reconstrução é combater a fome e a pobreza e garantir segurança alimentar ao povo brasileiro.

Além disso, Mercadante apontou medidas necessárias para se alcançar a reconstrução almejada pelo Brasil, a promoção do emprego e renda, o enfrentamento à inflação de combustíveis e energia, a negociação de dívidas, a reforma trabalhista, financiamento e planejamento das medidas de reconstrução.

No campo da transformação, Aloizio Mercadante citou medidas na área do desenvolvimento social e do trabalho, como estado de bem-estar: trabalho, proteção social e tributação (valorização do salário mínimo, proteção, seguridade, previdência, economia solidária, etc). Reativação do gasto social e seu papel no crescimento e distribuição de renda, como investimento em educação, saúde, segurança pública, habitação, saneamento, mobilidade urbana, entre outros.

Do PT na Câmara

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