Emprego e renda: conheça as propostas prioritárias do PT para as eleições

Plano de Governo prevê uma série de medidas rápidas para retomar o crescimento econômico e garantir emprego e dinheiro no bolso aos trabalhadores

Após uma crise econômica e política prolongada, o próximo presidente terá que enfrentar dois grandes desafios: recuperar a capacidade de investimento do Brasil e garantir que as famílias voltem a ter emprego e dinheiro no bolso. Um dos coordenadores do Plano de Governo da coligação “O Povo Feliz de Novo”, o economista Márcio Pochmann defende que aumentar a renda da população, em especial dos mais pobres, é fundamental para que o país volte a crescer rapidamente.

O projeto petista tem como uma de suas prioridades garantir a isenção no imposto de renda para quem ganha até 5 salários mínimos. O economista explica que essa é uma maneira simples de desafogar o orçamento das famílias. “Cerca de 18 milhões serão beneficiados com essa medida”, calcula. Os super-ricos, em compensação, pagarão mais.

Com mais dinheiro disponível, cresce o consumo. E mais gente consumindo faz aumentar a oferta de empregos e oportunidades de negócio. “Quando tem renda liberada, a classe média e os mais pobres consomem. Já os ricos muitas vezes fazem investimentos improdutivos no mercado financeiro, sem contribuir para a roda da economia”, completa.

Crédito facilitado e barato

Fazer a roda da economia girar – ao contrário do que fez Temer nesses dois anos – passa também por oferecer crédito mais fácil e barato à população e também às pequenas empresas, que movimentam a economia e geram empregos.

O acesso ao crédito ainda é caro no Brasil, em grande parte porque poucos bancos dominam esse mercado. Quem usa o cheque especial paga por ano em torno de 265% ao ano, e esse valor pode chegar a 500% em alguns bancos.

Uma pesquisa recente da Fecomercio-SP mostra que as famílias brasileiras gastaram R$ 354,8 bilhões em juros no ano passado.

Esse cenário põe cada vez mais famílias endividadas e dificulta a regularização da situação dos trabalhadores que precisaram se endividar para garantir o consumo de suas famílias. De acordo com o relatório mais recente do Serasa Experian, o número de brasileiros com o nome sujo chegou a 61,8 milhões, quase 40% da população adulta do país. São 9 milhões de pessoas a mais lançadas na ‘lista negra’ do consumo em relação à 2015.

Para lidar com esse problema, Pochmann explica que caberá aos bancos públicos – como a Caixa e o Banco do Brasil – oferecer uma linha de crédito especial para que os endividados possam reorganizar suas finanças. Também haverá incentivo a outras alternativas para aproximar o sistema bancário dos mais pobres, como cooperativas e bancos populares.

O Plano também defende que os bancos públicos voltem a priorizar seus compromissos com o povo, abandonando a lógica privatista que vigora nos anos Temer. De outro lado, haverá incentivos para que os bancos privados deixem de cobrar juros tão abusivos. Bancos que oferecerem crédito mais barato e com mais prazo pagarão taxas menores. E os que fizerem o contrário, pagarão mais.

Emprego: o Brasil tem pressa

Nos treze anos com Lula e Dilma no poder, foram criados mais de 20 milhões de empregos. Iniciativas como o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o Minha Casa Minha Vida, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a redução temporária do IPI também foram essenciais para o Brasil passasse ileso pela crise de 2008. E o Plano do PT propõe um pacote emergencial para voltar a esses bons tempos.

O número de desempregados cresceu e chegou 13,4 milhões. Mesmo para os que têm trabalho, as contas não fecham. Sem alternativas, 64% dos brasileiros agora recorrem a bicos para complementar a renda e mais de 80% tiveram de fazer cortes no orçamento para driblar a crise ao longo deste ano.

Sem emprego, o trabalhador não consegue pagar as dívidas. Com salários mais baixos e empregos precarizados, menos gente consome e menos dinheiro circula e menos o governo arrecada.

As empresas também estão no vermelho. Em dois anos, o número de CNPJs negativados cresceu um milhão, chegando a 5,5 milhões em junho deste ano, segundo o Serasa Experian.

Para gerar reverter esse cenário e fazer a economia voltar a crescer, o PT irá retomar obras inacabadas em todo o país, além do Minha Casa Minha Vida, que vai multiplicar o número de vagas na construção civil.

O programa prevê ainda a retomada dos investimentos da Petrobras, o fortalecimento do Bolsa Família e a implantação de um programa nacional de apoio às atividades da economia social e solidária, trazendo de volta os pobres para o orçamento público, como sempre defendeu Lula.

A longo prazo, esse modelo de Temer e só traz empobrecimento. E é por isso que é prioridade recolocar o Brasil na rota do crescimento que marcou os anos Lula, com mais emprego, mais renda e mais oportunidades para todos.

Por Thais Reis, da Agência PT de Notícias

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