Emprego sem carteira assinada é o único que cresce no Brasil
Segundo levantamento do IBGE, 65,6 milhões de pessoas não estão trabalhando nem procuram por vaga no segundo trimestre, resultado recorde no país
Publicado em
A criação de postos de trabalho com carteira assinada no Brasil está estagnada em 2018, e até diminuiu, em relação a 2017. Com isso, somente os postos de trabalho informais tem apresentado crescimento no país, sem proporcionar nenhum tipo de garantia, como férias ou 13º salário, segundo mostrou o último relatório da Pnad Contínua do IBGE.
O número de empregados sem carteira de trabalho assinada (11,0 milhões) no setor privado cresceu 2,6% (mais 276 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre de 2017, houve alta de 3,5%, ou mais 367 mil pessoas.
Já o número de empregados com carteira de trabalho assinada (32,8 milhões) no setor privado ficou estável frente ao trimestre anterior (janeiro a março de 2018), porém, na comparação com o mesmo trimestre de 2017, houve queda de 1,5%, ou menos 497 mil pessoas.
A categoria dos trabalhadores por conta própria (23,1 milhões de pessoas), que também carece de direitos trabalhistas e seguridade social, ficou estável em relação ao trimestre anterior, mas em relação ao mesmo período de 2017, houve alta de 2,5%, ou mais 555 mil pessoas.
A taxa de desemprego apresentou um pequeno recuo, mas nada a comemorar. Estimada em 12,4% no trimestre móvel de abril a junho de 2018, recuou -0,7 ponto percentual em relação ao trimestre de janeiro a março de 2018 (13,1%). Em relação ao mesmo trimestre móvel de 2017 (13,0%), houve queda de -0,6 ponto percentual.
O rendimento médio real habitual do brasileiro foi de R$ 2.198 no trimestre de abril a junho de 2018. A análise do rendimento médio do período, em relação ao trimestre de janeiro a março de 2018, não mostrou crescimento em qualquer categoria. Porém, houve redução entre os trabalhadores domésticos, da ordem de 2,0%, ou menos R$ 18.
A pesquisa também apontou que a força de trabalho brasileira (pessoas ocupadas e desocupadas), no trimestre de abril a junho de 2018, ficou em 104,2 milhões de pessoas. O contingente de pessoas fora da força de trabalho (idosos, crianças, inválidos, etc), no trimestre de abril a junho de 2018 chegou a 65,6 milhões, subiu 1,2% frente ao trimestre de janeiro a março de 2018, o que equivale a 774 mil pessoas . Em relação ao mesmo trimestre de 2017, houve alta de 1,9% (1,2 milhão de pessoas).
Junho com saldo negativo
O Brasil encerrou o mês de junho com o fechamento de 661 postos de trabalho com carteira assinada, de acordo com o saldo entre contratações e demissões do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho.
Foram registrados no mês 1.167.531 admissões e 1.168.192 desligamentos. Foi a primeira vez no ano que o saldo ficou negativo. O último resultado negativo foi registrado em dezembro de 2017, quando, logo após a aprovação da reforma trabalhista, o Brasil perdeu 328.539 empregos com carteira assinada.
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do IBGE