Especialistas criticam o processo de militarização nas escolas públicas
A professora Natáila Duarte, presente no debate, afirma que o foco do governo deveria ser outro: “As escolas precisam de mais investimentos na infraestrutura”
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A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados debateu nesta quarta-feira (6) o processo de militarização de escolas públicas. A atividade faz parte do Ciclo de Palestras promovido pela Frente Parlamentar em Defesa da Escola Pública e em Respeito ao Profissional da Educação, coordenado pela deputada Professora Rosa Neide (PT-MT). Participaram do debate a professora da área de socioeducação da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEDF) Natália Duarte e a consultora da Câmara Legislativa do Distrito Federal Gabriela Tunes.
Para a autora do requerimento, a militarização tem sido apresentada como resposta para a melhoria do desempenho e no enfrentamento à violência. “Na realidade, o que está em jogo hoje é a disputa entre um projeto de nação democrática, justa, soberana e inclusiva, e, do outro lado, um projeto de nação autoritária, desigual e excludente. Esse é o modelo que pretendem promover”, afirmou Rosa Neide.
Falácia militarizada
Segundo a professora Natália Duarte, não podemos aceitar a falácia de que existe uma solução fácil e única para educação pública brasileira. “A militarização não é a solução. As escolas precisam de mais investimentos na infraestrutura, professores bem remunerados e uma boa condição institucional democrática”. A professora afirmou ainda que não podemos aceitar os ataques à subjetividade brasileira. O Brasil é um país diverso e sua maior riqueza é o povo”, explicou.
A consultora legislativa Gabriela Tunes afirmou que a escola militar não melhora o desempenho individual do aluno. “O ensino militar com toda sua rigidez e obediência não faz com que o desempenho do aluno melhore. O bom desempenho depende do que é oferecido fora da escola e do recurso que é oferecido em casa”, ensinou.
Por PT na Câmara