Esperança. Substantivo feminino.
O que esperar da luta das mulheres em 2022 e a campanha por Lula presidente. Confira artigo de Anne Moura.
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Se tem alguém que sofreu as agruras políticas, sanitárias e econômicas da pandemia e do desgoverno foram as mulheres. Se tem um grupo que vive sob constante tensão em relação ao futuro são elas: as trabalhadoras.
Cada aumento de preço do alimento no supermercado, cada minuto sem vacina e sem poder deixar as crianças na escola, cada porta fechada no mercado de trabalho, cada ente perdido, cada benefício negado pesou brutalmente sobre os ombros das mulheres de família.
Mas, como dizem, brasileiras não desistem nunca. Não por se tratar de uma paráfrase marqueteira, e sim porque desistir, no caso das mulheres, significa perder a voz, a autonomia e a vida. Resistimos há séculos contra um sistema patriarcal que nos quer silenciadas, oprimidas e mortas. E ao longo dos últimos dois anos, fomos às redes e às ruas enfrentar o governo autoritário, fascista e genocida.
Em 2022, vamos reerguer esse país e reconstruir as esperanças que nos foram retiradas. Não vamos abrir mão de eleger um governo que defenda os interesses da classe trabalhadora, combata o racismo e promova a igualdade de gênero. Daremos cada passo dentro e fora de nossas organizações para reforçar a agenda feminista e resistir de todas as formas possíveis aos retrocessos impostos às mulheres, aos povos indígenas, ao povo negro, ao povo da periferia, à população LGBT, à classe trabalhadora, às crianças e adolescentes, à natureza.
Com a campanha por Lula Presidente, vamos adiante na eleição e reeleição de mulheres progressistas e feministas no senado, no parlamento e nas assembleias em todo país. Vamos denunciar e enfrentar a violência política de gênero e impedir que se levantem contra nosso direito de falar, disputar e ocupar espaços políticos.
Atuaremos para que as mulheres sejam protagonistas no Plano de Reconstrução do Brasil, um projeto feminista e antirracista. Vamos garantir a centralidade das mulheres na elaboração das políticas públicas e que a intersetorialidade não seja apenas uma formalidade, mas a prática cotidiana das decisões do governo – avançar no combate à violência doméstica, ao feminicídio, com investimento público e direcionamento de recursos em áreas fundamentais como saúde, educação, segurança alimentar, acesso à água e segurança pública.
Porque o Brasil é maior, muito maior que Bolsonaro. E a esperança é dona, é plena, é feminina.
Somos Mulheres com Lula 2022.
Anne Moura é Secretária Nacional de Mulheres do PT