Esquerda Nacional: Guia para o ressurgimento da Esquerda

Manifesto avalia os últimos anos da ação da esquerda assim e dá nova direção de ação

Tribuna de Debates do PT

Foto: Lula Marques/Agência PT

Nós, em nome da Esquerda Nacional, determinamos para todos os comitês, partidos, organizações políticas, e especialmente para o povo brasileiro, a quem nos dedicamos, este manifesto da Nova Esquerda Nacional, em 1o de outubro de 2016, que avalia os últimos anos da ação da esquerda assim como dá nova direção de ação.

Antecedentes:
Em vista dos últimos acontecimento se fez necessário um Manifesto para equalizar e gerir as informações que chegam ao grande publico e incentivar o trabalhador a não desistir da luta. Com a saída da presidente Dilma em 31 de agosto deste, e os resultados previsiveis da derrota nas urnas dos pleitos municipais, nos empenhamos a regidir um documento único que aponte novas direções para uma união e ressurgimento da real Esquerda.

1.
Com a queda iminente do que chamaremos de esquerda “progressista”, pelo voto nesse 2 de outubro de 2016, houve significativo retrocesso e avanço das forças neoliberais, que significam forte golpe contra o trabalhador. Não há culpados, pois a chamada “esquerda progressista” já vinha plantando sua própria derrota pela falta de foco e determinação em trazer a mudança. Na mente de milhões de brasileiros, agora comprovado por votos, essa esquerda e seus partidos não mais o representam.

2.
Depois do afastamento definitivo de Dilma em 31 de agosto, há que se pensar em um novo modelo de Esquerda que traga sustentabilidade as motivações politicas desse espectro politico, que deve ressurgir das cinzas para se apropriar novamente da frente de batalha dos trabalhadores brasileiros.

3.
Nesses últimos anos, a esquerda chamada “progressista” tomou a direção dos principais partidos da esquerda, inclusive com a criação de outros, e assim colocou irresponsáveis nos postos chaves de administrações publicas, governos e partidos. Claramente, tal atitude apenas apressou o fim desses irresponsáveis, culminando com o enfraquecimento. Não há meio termo para a Esquerda, como comprovado pelos países bolivarianos em crise, resultado tanto de incompetência quanto de ingerência.

4.
É lamentável as alcunhas que tais organizações e partidos começaram a receber, e com justo motivo, de “esquerda colorida”. E não sem razão, viu nosso povo brasileiro os irresponsaveis trocarem a bandeira vermelha do trabalho e de lutas pela colorida de minorias, sem qualquer consulta ao povo ou representatividade, causando seu próprio descrédito imediato. Há que se lamentar as infiltrações que a esquerda sofreu e vem sofrendo, sendo corroída por dentro por tais “progressistas”. Lamentável também, que tenha colhido e utilizado indevidamente o que foi plantado pelos pioneiros dos anos 80 e 90.

5.
As atuais lideranças esquerdistas, se locupletaram em cargos, como ficou manifesto em gravações e processos. O apoio incondicional, aos chefes de partido ou em cargos públicos, não deve mais ser tolerado. A autocritica, independência de pensamento, devem ser incentivadas.

6.
A surdez é a pena de morte para políticos e governantes. Anseios da população foram desprezados, chegando a ficar contra a maioria esmagadora dos desejos do povo em diversos temas nacionais. Ingerências de ongs, pesquisas e estudos suspeitos alimentaram a alienação de lideres e governos, com suas cartilhas suspeitas, que com o tempo ainda pagarão suas arbitrariedades diante do povo.

7.
Obviamente, atitudes alienadas e pautas sem respaldo popular apenas jogaram centenas de milhares na mão da direita brasileira e no melhor dos casos para o centro politico, destruindo todo cabedal do que foi construído com muito esforço pelos pioneiros.

8.
A Nova esquerda há de trazer de volta a bandeira Vermelha, sendo que, demais bandeiras que não representam o povo, como “bandeiras coloridas e seus agentes alienantes de dissenção” banidos definitivamente. Há que se hastear, em cada comite, organização, lar do trabalhador, a viva bandeira vermelha. A Nova esquerda devera extirpar de seu meio bandeiras que não representem todo o povo, mostrando que une e não divide.

9.
A Nova esquerda banirá, por justiça, o bolivarianismo do seu seio, pois Simon Bolívar jamais aceitaria o uso de seu nome por incapazes e fanfarrões, tais quais se mostram os lideres esquerdistas sul americanos. Voltará ao estudo dos clássicos da esquerda, desconsiderando as inversões e infiltrações que se produzem atualmente, que apenas alimentam ressentimento e desgraças. Os clássicos, como sempre deveria ser, deverão ser o guia da nova Esquerda.

10.
Há de ter, essa Nova Esquerda renascida, como foco único o trabalhador e o povo. Os direitos humanos, das minorias, gêneros, devem ficar e ficarão a cargo das Ongs, como sempre o foi, sem ter o governo nesses assuntos ingerência ou competência. Portanto, o bom governo e os partidos, não mais se intrometerão em tais assuntos.

11.
O governo se fixará somente em Saúde, Educação e Segurança, tripé máximo das conquistas populares. A falta de foco do governo de esquerda apenas causa o seu enfraquecimento, dando oportunidade a oposição de utilizar artifícios e artimanhas das mais diversas.

12.
Cabe a esquerda real, tomar a direção de todos os movimentos da esquerda, com direção rígida tanto nas politicas econômicas quanto sociais, determinando-se a unir novamente o povo nas bandeiras da luta pelo trabalhador.

13.
Não poderá, essa esquerda, continuar a ser refugio de refugos morais e de hipócritas. Nem de amigos de traficantes ou de barões das drogas. Consumidores de drogas nunca serão bons governantes ou políticos, apenas serão marionetes nas mãos de criminosos, barões e traficantes. Há que se considerar, banir de nosso meio esses elementos.

14.
Há de se levantar as questões ainda para melhorar a vida do trabalhador: – O trabalhador, o povo, como sujeito único que cabe ao Estado respeitar acima de tudo, sendo que o povo, deve ser considerado o senhor do governo.
– O direito individual garantido, sendo que, por principio terá a Liberdade plena de pensamento, ação e manifestação.

15.
Questões ainda insalubres que devem ser resolvidas pela vontade popular, e não por cartilhas: – Combate ao narcotráfico e a criminalidade, com recrudescimento do combate aos barões da droga assim como a liberação da possibilidade de autodefesa do povo, o direito universal do trabalhador de defesa que foi usurpado em nome de sua segurança nos últimos tempos, por governos “progressistas”, centristas e centralizadores, arrogantemente, fazendo esse mesmo povo refém do governo e dos criminosos.

– Combater as influencias negativas de maus capitalistas dentro dos movimentos sociais e políticos, que se infiltram por ou através de agentes de direitos, ONGs, ambientalistas, cientistas e até religiosos.

– Vender sua opinião, agenda, incluir em cartilha, plano de governo, metas, ou aceitar pautas de ONGs estrangeiras, como vem ocorrendo, torna a esquerda risível e hipócrita. Devemos banir do território nacional as que desejam colocar ardilosamente essas pautas dentro dos objetivos dos partidos e governos, passando por cima do trabalhador.

– Não aceitar que supostos direitos humanos determinem qualquer ação partidária ou de governo, determinando expulsão imediata do solo nacional desses agentes do imperialismo, que, lobos sob manto de ovelhas, vem causar caos e dissenção no país.

16.
A imprensa não deverá, em hipótese alguma, receber dinheiro publico, mesmo com a melhor das intenções, porque tal se mostra, ao fim de tempos, antidemocrática, mentirosa e alienante, usando o dinheiro dos contribuintes para produzir mais mazelas morais e éticas, surgindo ainda como fonte de desinformação. Bilhões são despejados em forma de propaganda e informação para redes de televisão e radio. Campanhas de saúde, segurança, esporte, entre outras deverão ser realizadas unica e exclusivamente por redes de radio e televisão do próprio Estado. Radios e televisão deverão unica e exclusivamente receber dinheiro da iniciativa privada, sendo vedada qualquer patrocínio, por menor que seja, a imprensa falada, escrita ou televisionada.

17.
Ainda há pontos a considerar, como o Estado que não se recria e não se aperfeiçoa. Burocracia, industria de multas, como a esquerda progressista vem utilizando, é um contrassenso, devem ser eliminados, não sendo mais de bom alvitre utilizar esse modo de arrecadação alegando segurança. As burocracias nos últimos tempos criadas contra formação e manutenção de associações e cooperativas também não deixam de ser vergonhosas. Há pontos que comprometem a vida do povo brasileiro, dificultando-a.

18.
Deverá o governante, a nível federal, estadual e municipal, fixar suas metas na geração de renda para a população, emprego e trabalho, tornando-a independente. Gerar além de distribuir, aumentar caso for para dividir, sem tirar de ninguém. Criar as formas de progresso constante pelo mérito próprio, com cultura e educação. Cultura e educação, devem formar a base de um povo de caráter sólido e honrado.

19.
Nos últimos anos, os ricos ficaram mais ricos no Brasil. O pobre foi despido para vestir o miserável. Não houve a real justiça social.

20.
Controle sobre os poderosos e sobre quanto pagam de impostos é um tema a tratar seriamente. Mesmo bancos oficiais exorbitam seus lucros em cima do trabalhador. Não há controle contra especuladores.

21.
Elevados impostos sobre o trabalho e o trabalhador ainda não foram suprimidos. A Reforma Tributaria nunca vem e o povo a aguarda ansiosamente. A governabilidade tem custado caro a esquerda.

22.
Não deve haver troca de direitos ou barganha entre governo e população, com leis que usurpem direitos, seja em troca de comida ou segurança, como se fez nos últimos anos. O governo gerencia o bem estar do povo, e todo poder deve estar no povo e ser para o povo. A mediocridade da ideologia e ingerências tem afastado o povo dos seus governantes de esquerda. Falta mudança, falta atitude, falta revolução. Se a direita ou centro apresentar um caráter revolucionário ou de mudança, para lá o povo se voltará e se unirá, como percebido hoje. Não deve haver receio de perder o poder quando cumprirmos nossa parte. Um povo consciente de seus direitos será independente, e assegurará por si mesmo a sua democracia,

***

Encerramos assim esse Manifesto, que deve ser considerado um novo guia para o ressurgimento da
Esquerda. Certamente surgirão opositores a ascensão da Nova Esquerda, porém esses mesmos que causaram a falência da esquerda atual é que se oporão. Caberá ao bom senso julgar nosso mérito.

Por Nova Esquerda Nacional (Frente de Luta para o resgate da Esquerda e União Popular), para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.

ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores

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