Felipe Waltrick: Não se trata de defender o Lula
Apesar das delações envolverem centenas de políticos, o Jornal Nacional dedicou quase 1 hora, em uma única semana, para falar exclusivamente de Lula
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Apenas por um instante, imagine um cheque de R$ 1 milhão nominal ao ex-presidente Lula.
Todas as agências de propaganda, além de MBL, Antagonista, Vem Pra Rua etc. etc., estariam convocando seus seguidores e provavelmente teríamos dezenas, centenas, quiçá, 1 milhão de pessoas com tochas e foices reunidas em frente a um pato gigante, exigindo a prisão imediata do chefe supremo da propinocracia.
Pois é, mas o cheque é do Temer.
Primeiro, foi o powerpoint. Moro ouviu mais de 70 testemunhas. Ninguém viu nada, nenhum documento.
Depois, vem a Odebrecht, centenas de delatados. Existem extratos de contas, comprovantes de pagamento no exterior, planilhas. Toda a cúpula do PMDB e do PSDB envolvida.
Entretanto, segundo delatores, Lula foi o único que recebeu somente em dinheiro vivo. Todos os outros têm comprovantes, menos ele. Sem rastros. Inclusive, uma das delações alega que R$ 13 milhões foram entregues de uma só vez. Em notas de R$100, seriam 130 mil cédulas, totalizando mais de 100 Kg.
Não é a primeira vez que aparece uma acusação assim. Há pouco mais de 1 mês, a revista “Isto É” colocou um lunático na capa, afirmando que ele teria levado malas de dinheiro para Lula.
A rede globo desinforma, confunde o público, ao misturar caixa 1, que é legal, com caixa 2, que é ilegal, e propina, que é crime de enriquecimento ilícito.
Dessa maneira, consegue colocar todos os políticos sob suspeita e manipular a opinião pública para favorecer uns e prejudicar outros, conforme seus interesses.
Enquanto isso, Moro entende que “dinheiro em conta na Suíça não faz mal a ninguém”, como afirmou o juiz em visita a Harvard, nos EUA.
Apesar das delações envolverem centenas de nomes de políticos, o Jornal Nacional dedicou quase 1 hora, durante a semana passada, para falar exclusivamente de Lula.
Enfim, se aparecerem as provas, que sejam tomadas as medidas cabíveis.
O que é inegável é o fato de que existe uma criminosa perseguição política que envolve o judiciário e a mídia, perseguição esta que fere o estado de direito.
Por Felipe Peressoni Waltrick, sócio-diretor de tecnologia da iFractal, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.
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