Fernanda Montenegro: ‘Presidente vai pagar preço alto’

Atriz critica fim do Ministério da Cultura e afirma que Michel Temer enfrentará protesto violento; Taís Araújo também protestou

Fernanda Montenegro em cerimônia de comemoração aos 50 anos do Museu da Imagem e do Som (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Horas após derrubar a presidenta eleita Dilma Rousseff, Michel Temer anunciu o fim de diversos ministérios, entre eles, o da Cultura. A decisão gerou críticas de artistas. Na quarta-feira (18), a atriz Fernanda Montenegro se manifestou: “Isso é uma tragédia. E o presidente interino vai pagar um preço alto por essa visão de um ministério que é sempre dotado de um orçamento miserável, mas é a base de um país. Esse congresso aí pode achar que é uma bobagem, uma frescura ou (coisa) de veados ou de alienados ou… Esse governo, até quando ele existir na atual conjuntura do Temer, vai sofrer um protesto violento, e eu estou neste protesto”.

A afirmação foi feita durante a gravação da série “Mister Brau”, da Rede Globo, segundo reportagem do jornal “Extra”. A atriz Taís Araújo também protestou contra o fim do MinC e lamentou: “Estamos indo para um caminho deprimente”.

Taís citou também a denúncia contra o golpe feita na terça-feira (17) no Festival de Cannes, na França. “Acho excelente, todo mundo ali (em Cannes) falando sobre cultura, sobre o que aconteceu no país. Na verdade, cada um fala o que bem entender. Acho também que o artista não é obrigado a nada. Se quiser se posicionar, tem que fazer da maneira que achar que é melhor para ele. No caso os meninos acharam que Cannes era uma grande vitrine para alertar o que está acontecendo no país. E eu acho importante”, afirmou.

O protesto em Cannes aconteceu durante a sessão de gala do filme brasileiro “Aquarius”, que concorre à Palma de Ouro no Festival de Cannes deste ano.

Para ela, o país está seguindo um caminho deprimente porque “cultura é uma identidade do país. Se ele não tem a identidade fortalecida, acabou. E não se pode esquecer que cultura não é só atores. Estamos falando da orquestra sinfônica, da música, da arquitetura, de tudo que representa o país. Se o país abrir mão da sua identidade, realmente, o que seremos, hein?”, justificou.

Além dos atores presentes em Cannes, outros artistas já se manifestaram contra o fim do MinC. Wagner Moura foi um deles. “A extinção do MinC é só a primeira demonstração de obscurantismo e ignorância dada por esse Governo ilegítimo. O pior ainda está por vir”, reforçou. 

Além da Cultura, foram extintos outros ministérios ligados a áreas sociais como Mulheres, Direitos Humanos, Igualdade Racial e Desenvolvimento Agrário, o que representa um retrocesso em termos de políticas públicas. 

Da Redação da Agência PT de Notícias

 

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