Povo rechaça tirania de Trump: Onda de protestos varre os EUA

Com slogan “No Kings”, milhões de manifestantes condenam perseguição a imigrantes, cortes na educação e militarização das cidades; protestos chegam à Europa

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"No Kings": mais de 2.600 protestos levaram milhões de americanos às ruas neste sábado (18)

O esgarçamento do tecido social dos Estados Unidos promovido pelo governo de Donald Trump, com perseguições a imigrantes e a universidades, em um cenário de inflação e queda do emprego, agravou a crise no país. Neste sábado (18), mais de 2.600 protestos levaram milhões de americanos às ruas em várias cidades para protestar contra a tirania do extremista de direita, sob o slogan “No Kings” (Sem Reis).

O mote é uma referência à autocracia crescente de Trump e seu desprezo pelas leis dos Estados Unidos e pelo próprio direito internacional. Os atos ocorreram na Times Square, em Nova York, e em cidades como Boston, Atlanta e Chicago, além da capital, Washington, e no centro de Los Angeles. Na Europa, cidades como Londres, Madri e Barcelona também registraram atos.

Entre as principais pautas, a desastrosa política de imigração de Trump, especialmente a intensificação da fiscalização e as ações controversas da Immigration and Customs Enforcement (ICE). O extremista é acusado de estimular, de modo agressivo, um caça às bruxas a estrangeiros que moram nos Estados Unidos, em um processo de completa desumanização da política de imigração.

Além disso, os cortes de verbas destinados às universidades representam um ataque direto à educação e à pesquisa, compromentendo o desenvolvimento acadêmico e científico do país.

Outro alvo dos manifestantes é o uso da Guarda Nacional em grandes centros urbanos. Para os manifestantes, a medida não apenas militariza a sociedade, mas também contribui para uma escalada da tensão institucional, aumentando a polarização e a sensação de repressão em um momento de efervescência social e política.

Por tudo isso, cresce o temor de que Trump esteja colocando em curso uma guinada a uma extrema direita ainda mais radical para viabilizar sua permanência na Casa Branca, confirmando o caráter monárquico de sua “administração”.

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Na economia, inflação e alta do desemprego

Na esfera econômica, o tarifaço de Trump pressiona a inflação de produtos essenciais, como o café e a carne, resultado das tarifas impostas ao Brasil. No varejo, o café subiu quase 21% somente no mês de agosto, comparado ao mesmo mês do ano passado.

Por outro lado, o emprego, um dos motores da economia americana, caiu, levantando preocupações sobre uma estagnação do crescimento. Em paralelo, o mercado de trabalho perdeu fôlego: a geração de vagas desacelerou e a taxa de desocupação alcançou 4,3%, o maior patamar em quase quatro anos. O cenário projetado combina alta de preços, perda de poder de compra e menos oportunidades de emprego.

Contraste gritante com o Brasil

Enquanto o extremismo de Trump tem levado a sociedade americana a um colapso social e econômico, o Brasil, sob a liderança de Lula, segue pelo caminho oposto, com crescimento consistente do PIB, mercado de trabalho aquecido e aumento da renda, sobretudo na base da pirâmide social.

O governo Lula também implementou medidas para proteger as empresas e as exportações brasileiras. O “Brasil Soberano”, lançado em agosto de 2025, tem obtido sucesso em mitigar os efeitos das sobretaxas dos EUA, salvaguardando exportadores.

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O plano estratégico inclui a ampliação das regras de garantia às exportações e um pacote de R$ 30 bilhões destinado a proteger empresas e empregos. Além disso, uma nova lei de incentivo à exportação para micro e pequenas empresas garante a restituição de tributos, estimulando as vendas para o exterior e fortalecendo a economia nacional.

Recuo de Trump

Com o acúmulo dos problemas internos causados por sua catastrófica gestão, Trump pode ser obrigado a rever sua política intervencionista no cenário externo. Estimulado pelo golpismo da família Bolsonaro, o extremista tentou, sem sucesso, encurralar o Brasil com tarifas e sanções de autoridades na tentativa de livrar Jair Bolsonaro da cadeia.

Não deu certo. Trump agora ensaia um recuo após uma conversa por telefone com o presidente Lula, que pediu a retirada das tarifas, sob o justo argumento de que os Estados Unidos têm superávit comercial com o Brasil.

Em postagem nas redes sociais, neste domingo (19), o líder do PT, Lindbergh Farias, chamou a atenção para a escalada dos protestos contra Trump, sinalizando que os problemas do extremista estão apenas no início. “É crucial ressaltar que estes atos representam o começo, e não o fim, de uma jornada de oposição organizada ao trumpismo e ao avanço da extrema direita no país”, observou o deputado, em mensagem de apoio aos manifestantes.

Da Redação

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