FGTS levou calote de R$ 2,3 bi em programa de microcrédito criado por Bolsonaro

Programa usou dinheiro dos trabalhadores e gerou inadimplência superior a 80% na Caixa. “Dentre as muitas ilegalidades de Bolsonaro pra tentar se reeleger, uma delas atingiu em cheio o FGTS”, lamenta Gleisi

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A utilização dos recursos do FGTS, com o aval do aliado de Bolsonaro e presidente da Caixa na época, Pedro Guimarães, resultou em uma inadimplência superior a 80%

A gestão econômica desastrosa no governo de Bolsonaro, que criou um programa de microcrédito e usou dinheiro dos trabalhadores e trabalhadoras do país, causou um rombo de R$ 2 bilhões no Fundo de Garantia de Tempo e Serviço (FGTS) da Caixa Econômica Federal (CEF).

A utilização dos recursos do FGTS, com o aval do aliado de Bolsonaro e presidente da Caixa na época, Pedro Guimarães, resultou em uma inadimplência superior a 80% e foi agilizada em meio à corrida eleitoral de 2022, conforme notícia da Folha de S. Paulo publicada no domingo (13).

A CEF emprestou R$ 3 bilhões e não recebeu R$ 2,3 bilhões. Um quinto desse valor é prejuízo da Caixa, o que representa R$ 460 milhões. O banco só conseguiu recuperar R$ 1 bilhão em julho deste ano porque colocou R$ 3 bilhões no Fundo Garantidor de Microfinanças (FGM) no primeiro trimestre de 2022.

Guimarães deixou a presidência da Caixa três meses depois de abrir caminho para o calote. Na mesma época, ele foi denunciado por assédio sexual.

“Dentre as muitas ilegalidades de Bolsonaro pra tentar se reeleger, uma delas atingiu em cheio o FGTS”, condenou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, pelo Twitter. “Usou o fundo dos trabalhadores num programa de microcrédito sem qualquer critério técnico ou seguro e o resultado foi um calote de R$ 2,3 bilhões no fundo. É só mais um pra lista do inelegível”.

“Bolsonaro para se reeleger se valeu de tudo o que pode e uma das irregularidades foi mirando no FGTS”, escreveu o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), também no Twitter. “Sem qualquer critério técnico ou seguro, o ex-presidente usou o fundo dos trabalhadores num programa de microcrédito, resultando num calote de R$ 2,3 bi”.

Daniella Marques, que fazia parte da equipe do ex-ministro Paulo Guedes, assumiu então a presidência do banco, postergou a gestão danosa e continuou com os empréstimos.

Com o problema em curso, o FGTS decidiu em uma reunião do Conselho Curador em 20/06/2023 resgatar as cotas que ainda restavam no FGM e solicitar uma auditoria das operações pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Programa é investigado

O programa de microcrédito bolsonarista é investigado por uma auditoria interna da CEF, assim como o consignado do Auxílio Brasil.

Rita Serrano, presidenta da Caixa, afirmou que os dois programas são “contestáveis” e foram implementados “às vésperas das eleições de 2022 e com um apelo excessivo ao endividamento da população vulnerável”. Segundo Serrano, “ao assumir a presidência, deparei-me com os desafios decorrentes das iniciativas adotadas pela gestão anterior, especialmente os programas Consignado do Auxílio Brasil e de Microfinanças, implementados durante o governo Bolsonaro”.

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu (PT-PR), também pediu investigação pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sobre uso político da CEF por Bolsonaro e Pedro Guimarães.

Maior taxa de juros do mundo

Outro reflexo da má gestão do governo de Bolsonaro e de seu péssimo legado, além de um rombo de R$ 300 bilhões no orçamento federal, é o comando do Banco Central (BC), que tem como presidente um de seus aliados, Roberto Campos Neto, responsável pela maior taxa de juros real do mundo praticada no Brasil, quase 10%.

Atualmente, mesmo com redução de meio ponto percentual, a Selic em 13,25% continua a comprometer o crescimento da economia brasileira e impedir a agenda de desenvolvimento do governo Lula.

Leia também: Assista todos os episódios da série Banco Central de Bolsonaro

Da Redação, com informações da Folha de S. Paulo

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