Focus Brasil faz elo com a ditadura de 64 e ressalta a importância de punir golpistas

Seis décadas após o golpe militar, o país novamente enfrenta golpistas e precisa dar uma resposta para os que tentaram derrubar o regime democrático, aponta a revista

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Nova edição da Focus Brasil destaca os horrores da ditadura

A revista Focus Brasil, lançada pela Fundação Perseu Abramo (FPA), em sua mais nova edição, destaca os 21 anos da ditadura sanguinária que tomou o Brasil de assalto a partir de 1964. A publicação lembra que décadas após o regime militar, o país se depara com uma nova turba golpista que está na mira da Justiça depois de tentar derrubar o regime democrático, em 2022. 

A revista reforça que a história ensina que os golpistas devem ser punidos, e que o país tem mais uma chance de colocar na cadeia militares e políticos envolvidos na tentativa de Golpe de Estado. O país terá de fazer uma escolha entre a impunidade, como ocorreu com os golpistas de 1964, ou a punição para deixar claro que as instituições não permitem tentativa de derrubar o regime democrático e que qualquer um que tente colocar ações antidemocráticas em ação será punido severamente. 

“Brasil chega aos 61 anos do golpe militar de 1964 em um momento crucial de sua história democrática. Enquanto o Supremo Tribunal Federal julga o ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados militares por tentativa de golpe em 2022, a sociedade brasileira se vê diante de um espelho que reflete tanto as sombras do passado quanto os desafios do presente”, destaca um trecho da reportagem de capa.

O texto ressalta que a violência política ressurgiu e precisa de uma resposta clara para impedir avanços autoritários. “O julgamento histórico, que pode resultar em penas de até 43 anos de prisão para os acusados, não se limita ao aspecto jurídico – ele representa um acerto de contas com um ciclo de violência política que parecia ter ficado para trás, mas que ressurgiu com força nos últimos anos”, completa a publicação.

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A revista destaca ainda que a Lei da Anistia fez com que o Brasil ficassem em dívida para resolver o passado. “A ditadura militar (1964-1985) não foi um evento isolado na história brasileira, mas sim o ápice de um processo de militarização da política que remonta à Revolução de 1930. O regime que se instalou em 1964 combinou repressão política com um projeto econômico que, embora tenha promovido crescimento industrial, aprofundou desigualdades e concentrou renda. A transição para a democracia, marcada pela Lei da Anistia de 1979, deixou pendente a questão da responsabilização pelos crimes cometidos durante o regime – uma dívida histórica que hoje se reflete no debate sobre como lidar com os eventos de 8 de janeiro de 2023”, ressalta o texto.

Encontro ao passado

A Focos Brasil traz uma entrevista com o jornalista e ex-ministro de Direitos Humanos Paulo Vannuchi. Ele ressalta que o Brasil foi de encontro ao passado, com os atentados de 8 de janeiro, e se depara com questões que poderiam ter sido resolvidas após o regime militar ser derrubado. 

Preso e torturado pela ditadura, Vannuchi tem dedicado sua trajetória à defesa da verdade histórica e dos direitos humanos. Como integrante do Grupo de Trabalho criado por Lula em 2009 para elaborar o projeto da Comissão Nacional da Verdade, ele acompanhou de perto os desafios e os limites da investigação sobre os crimes cometidos pelo Estado. 

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Vannuchi ressalta que o Judiciário tem o papel de dar uma resposta que sirva de exemplo para impedir ações golpistas. “Quem pune é o Judiciário, e é preciso que o Brasil veja essa punição acontecer. Só assim garantimos que ninguém mais se sinta autorizado a torturar, matar ou dar um golpe de Estado”, afirma ele.

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Da Redação

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