Fontana: “Eleição de 2024 vai alavancar segunda metade do governo Lula”

Secretário-geral do PT, Henrique Fontana explica a importância das eleições municipais na luta contra a extrema direita e recomenda a leitura da nova Resolução publicada pelo Diretório Nacional

Reprodução/TvPT

Fontana: "Nossa expectativa é de triplicar o número de vereadores e vereadoras e de prefeitos e prefeitas eleitos”

Em entrevista ao Jornal PT Brasil, nesta quinta-feira (31) (assista abaixo), o secretário-geral do PT, Henrique Fontana, comentou os principais pontos da resolução publicada pelo partido após reunião do Diretório Nacional realizada na segunda-feira (28).

Fontana recomendou que todos os filiados e filiadas leiam o documento (acesse aqui). “As pessoas vão encontrar ali as diretrizes principais que a direção colocou para a ação do nosso partido, depois de um debate qualificado, aprofundado”, explicou. 

O primeiro ponto destacado pelo secretário-feral foram as decisões a respeito das eleições municipais de 2024. Segundo ele, há um entendimento de que o Partido dos Trabalhadores pode conquistar muitas vagas nas Câmaras de Vereadores e nas Prefeituras.

“Toda a conjuntura política aponta para isso. Nós temos que construir chapas de alta qualidade, completas. Nossa expectativa é de provavelmente triplicar o número de vereadores e vereadoras e de prefeitos e prefeitas eleitos”, disse.

Outra decisão tomada pelo Diretório Nacional foi a de trabalhar pela consolidação de uma frente de esquerda do país, que una a Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), a federação formada por PSol e Rede, o PSB e o PDT.

Fortalecimento do governo Lula

Esse objetivo se alinha a outra definição: a de rechaçar qualquer apoio a candidatos ligados ao bolsonarismo. “Seria quase óbvio dizer isso, mas é preciso dizer porque pode, em uma ou outra cidade, alguém querer fazer esse movimento”, frisou. 

“A nossa visão é a de que é preciso consolidar o nosso projeto de nação”, prosseguiu Fontana. “Essa eleição vai alavancar a segunda metade do governo Lula. Ela vai permitir que o nosso projeto político se consolide com ainda mais força”, previu.

Ele alertou que o Brasil ainda vive uma intensa disputa política. “Nós vencemos as eleições, a vitória foi extraordinária com Lula, mas temos de estar alertas porque a conjuntura política é dura e difícil. A extrema direita, essa visão atrasada da política, que quer romper com a democracia no país, continua muito ativa. Então essa eleição municipal, a preparação dela inclusive, servirá para fortalecer muito a nossa narrativa e o nosso posicionamento.”

Ainda segundo o secretário-geral, as eleições municipais são um importante instrumento de renovação do partido, pois novas lideranças costumam surgir justamente nas disputas para as Câmaras de vereadores.

Outra decisão da direção, salientou, foi a de estimular a diversidade dentro do PT, para que mais mulheres, pessoas negras e LGBTQIA+ tenham espaço de poder na política. “Nós queremos que a diversidade do povo brasileiro, especialmente a diversidade do mundo do trabalho, daqueles que de fato sofrem as opressões de uma sociedade desigual como a nossa, esteja representada nas nossas chapas”, afirmou.

Economia e 8 de janeiro

O Diretório Nacional também apontou diretrizes para outros temas, além das eleições, como a necessidade de manter a mobilização pela queda de juros e a urgência de se reindustrializar o Brasil. “Queremos retomar o papel da economia real, aquela que gera emprego, que melhora salário, que melhora a vida das pessoas”, observou.

Outro ponto abordado na resolução diz respeito ao atentado à democracia promovido pelo bolsonarismo em 8 de janeiro. O entendimento do PT é o de que todos os envolvidos sejam identificados e levados à Justiça, o que inclui não só civis, mas também membros das Forças Armadas.

“Não queremos nenhum tipo de justiçamento, não queremos repetir nenhum traço de lava-jatismo, de julgamento sem o devido processo legal, mas as evidências são claras de que importantes oficiais das Forças Armadas se envolveram no crime da tentativa de um golpe em 8 de janeiro”, ressaltou.

Por isso, foi definido que o PT vai trabalhar intensamente para que todas essas investigações, seja no âmbito da CPMI do Golpe, seja no Supremo Tribunal Federal avancem. “Não se pode vir com uma política de passa-pano, porque, se não, a democracia brasileira voltará a correr esses riscos”, argumentou.

Da Redação

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