Fontana: crimes eleitorais para roubar vitória de Lula podem levar Bolsonaro à prisão

“Todas estas prisões de aliados muito próximos a Bolsonaro têm a ver com ações que, do meu ponto de vista, é muito improvável, muito impossível que ele não tenha participado”, aponta Henrique Fontana, ao Jornal PT Brasil

Reprodução

Fontana: 8 de janeiro foi crime bárbaro contra a democracia e não pode ficar impune

“Todas estas prisões de aliados muito próximos a Bolsonaro têm a ver com ações que, do meu ponto de vista, é muito improvável, muito impossível que ele não tenha participado. Acredito que sofrerá punições progressivamente mais severas, que podem chegar à sua prisão”, declarou hoje (10) ao Jornal PT Brasil o secretário-geral Nacional do PT e deputado federal (RS) Henrique Fontana, ao citar a prisão ontem do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques e os atos ilegais para tentar roubar a eleição do presidente Lula.

“Desde quando tem que fazer operações em massa da PRF no dia da eleição? Pode fazer um dia antes, um dia depois, nos outros 364 dias do ano, mas no dia da eleição é sagrado”, salientou o deputado, ao constatar o enredo envolvendo os bloqueios de estradas, ataques ao STF, o conjunto de narrativas falsas sobre urnas e a minuta do golpe.

LEIA MAIS: Documentos comprovam plano da PRF para impedir eleitores de Lula de votar no 2º turno

“O ex-ministro da Justiça Anderson Torres disse de forma cândida que não sabia porque a minuta do golpe estava na sua casa. Imagina se na casa do nosso ministro da Justiça ou na casa do Lula fosse encontrada uma minuta propondo tentativa de golpe? Dizer que é coincidência é algo que nem um aprendiz de análise de situação política vai acreditar”, enfatizou. Ele lembrou que todas as ações golpistas têm ligação com o silêncio do ex-presidente, que não reconheceu o resultado das eleições, enquanto orientava seus apoiadores a criarem mecanismos para desestabilizar o resultado eleitoral.

Fontana analisou que a extrema direita ainda tem força e que há um grupo minoritário mas “muito ativo na baderna que é este neofascismo que tomou conta de uma parte do Brasil com guerra de fake news, com influenciadores que na verdade eram criminosos da desinformação e ainda são. Ela ainda não foi derrotada por nós mas, com toda franqueza, o Bolsonaro já passou”, sentenciou, ao considerar que a Justiça deve ter uma certa lentidão nas investigações porque é importante garantir o direito de defesa, para não repetir o que aconteceu na Lava Jato, e cumprimentou o ministro Alexandre de Moraes.

LEIA MAIS: Governo Lula destrói mentiras que Bolsonaro contou nas eleições

“Ele tem sido extremamente equilibrado para construir esse processo de investigação de quem atentou contra o estado democrático de direito”, ressaltou ao defender o rigor das investigações e punição a todos os envolvidos.

“O que fizeram não pode ficar impune. Este processo precisa deixar um saldo democrático na história do nosso país. O 8 de janeiro foi um transbordamento, um crime bárbaro contra a democracia, contra o patrimônio público do Brasil, mostrando o nível de irresponsabilidade que estava sendo levado a cabo por este grupo”, alertou Fontana ao comentar que as investigações tem revelado crimes muito evidentes.

“Só mesmo uma narrativa muito fora da realidade para dizer que tudo o que aconteceu não foi um processo articulado para garantir, a qualquer custo, o cometimento de uma série de crimes contra o orçamento público”, disse ele, observando que o derrame de dinheiro que o bolsonarismo e a extrema direita fizeram de maneira irresponsável visou tentar bloquear o resultado que se desenhava na eleição. “Foi um crime enorme contra a economia do país”, afirmou.

Ouça o Boletim na Rádio PT:

Punição de Bolsonaro ainda é tênue

Sobre a primeira punição de Bolsonaro, declarado inelegível por oito anos, Fontana considerou “muito tênue” diante da forma como ele conduziu a pandemia. O ambiente que levou o país à tentativa de golpe no dia 8 de janeiro foi metodicamente construído por Bolsonaro junto com sua coordenação de governo e pelo bolsonarismo. “Muitos detalhes estão sendo esclarecidos ao longo das investigações que devem ser feitas no mais absoluto respeito ao estado democrático de direito”, defendeu, ao apontar que a grande maioria dos brasileiros sabem que um dos eixos de atuação do ex-presidente foi tensionar, golpear, tentar desestruturar as instituições do país e desrespeitar a Constituição.

Boa parte dos eleitores de Bolsonaro, segundo Fontana, não concordam com os ataques e com as tentativas de golpe, o que é muito positivo porque o país vai retomando a normalidade. Para ele, a população também espera que, dentro do estado democrático de direito, se concluam as investigações e os responsáveis sejam punidos de forma exemplar. “Tudo isso para que nunca mais ninguém pense em golpear a democracia novamente. Como tem dito o presidente Lula, uma das tarefas no nosso governo é devolver e consolidar a democracia para o nosso país”, salientou o deputado.

O presidente Lula herdou um país com uma economia quebrada especialmente pelo que Bolsonaro e sua equipe fizeram no ano que antecedeu a eleição. Houve também os ataques ao sistema eleitoral com a narrativa de que não era seguro. “Isso é uma enorme fantasia, esse sistema é um dos mais seguros do mundo, elegeu diversos presidentes de diversas visões de sociedade, é referência para outros países. Mas o jogo de Bolsonaro era para tumultuar”, pontuou Fontana ao citar o livro “Como morrem as democracias”, que mostra como agem líderes fanáticos de extrema direita.

A extrema direita, segundo Fontana, está nesse momento tentando se reciclar para ver qual é o candidato que pode ser o seu líder. “Temos que ter cuidado, teve muitas pessoas muito ativas do lado e Bolsonaro, que são bolsonaristas raiz e que agora querem aparecer no cenário político dizendo “eu tive lá mas não foi bem assim”, observou. Mesmo que Bolsonaro indique seu filho candidato, não há nenhuma chance dele ganhar a presidência, mas não convém menosprezar essas pessoas que querem ter o apoio dos 25% do bolsonarismo e agregar os outros 25%, confundindo a opinião pública, conforme analisou o deputado.

Nós, sob a liderança do presidente Lula, temos que seguir construindo essa coalizão, essa unidade da esquerda e trabalhar para melhorar o país, gerar empego, crescimento econômico, justiça social, ao citar o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias que vem conduzindo com muita sabedoria o novo Bolsa Família e retomar um projeto de nação que garanta maioria social para termos um projeto de mais longo prazo de reconstrução do Brasil

Paralelamente ao trabalho da Justiça, o deputado destacou que o governo Lula está atuando para reconstruir o país, gerar empregos, melhorar a renda e implantar programas como o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) que está sendo relançado para realizar obras em universidades, portos e hospitais. O Brasil, segundo ele, começa a retomar a sua vocação de ser um grande país para oferecer oportunidade de vida melhor para o povo.

Fontana conclamou a todos a participar ativamente da construção do governo e atuar nos bairros, associações de moradores, nas redes sociais para que o governo tenha base de apoio mais ampla para que Lula possa acelerar as mudanças que o Brasil precisa. “A comunicação é uma das áreas mais estratégicas. Temos que governar muito bem mas precisamos disputar a compreensão da população, não adianta falar só com quem pensa igual a nós. Temos que ter a capacidade de convencer quem foi capturado pelo outro lado e que tem que voltar para este lado de um projeto melhor para todos”, concluiu.

Da Redação

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast