8 de janeiro: CPMI vai convocar hacker ligado a Carla Zambelli

Requerimento de Rogério Correia (PT-MG) para ouvir Walter Delgatti Neto foi aprovado em reunião deliberativa da CPMI do Golpe. Delgatti foi preso PF por ter invadido sistema o STE a pedido de Zambelli

Agência Senado

O requerimento de Correia para convocar Luis Marcos dos Reis, suspeito de sacar dinheiro para pagar contas de Michelle Bolsonaro, foi aprovado

O requerimento do deputado federal Rogério Correia (PT-MG) para convocação do hacker Walter Delgatti Neto foi aprovado hoje (3) em reunião deliberativa da CPMI dos Atos Golpistas que aprovou também várias outras convocações, pedidos de informações e acessos a Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs).

Walter Delgatti foi preso na quarta-feira (2) pela Polícia Federal (PF) por ter invadido, a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e com endosso do ex-presidente Jair Bolsonaro, os sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Delgatti também inseriu alvarás de soltura e mandados de prisão falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), inclusive contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Em depoimento à PF, Delgatti declarou que se encontrou com Bolsonaro em agosto de 2022 e que o ex-presidente perguntou se ele conseguiria invadir as urnas eletrônicas se tivesse o código fonte.

Também de autoria de Correia, o requerimento para oitiva do sargento Luis Marcos dos Reis foi aprovado. Ele é suspeito de sacar dinheiro vivo para pagar as contas de Michelle Bolsonaro, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que mostrou que o sargento teria depositado R$ 70 mil para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Cid foi preso pela PF em maio em investigação sobre possível fraude nos cartões de vacina do ex-presidente e participação nos atos golpistas de 8 de janeiro.

Em seu Twitter, Rogério Correia destacou a aprovação do requerimento para a oitiva de Delgatti e comentou que ele já derrubou Dallagnol, está derrubando Sérgio Moro e vai terminar de derrubar Bolsonaro. “Sem anistia pra golpista! O hacker vem aí!”, postou o deputado ao citar as infrações de Delgatti a mando de Carla Zambelli e com o conhecimento de Bolsonaro. Em outra postagem Correia questionou o presidente da CPMI, Arthur Maia, que retirou os Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) de Michelle e Jair Bolsonaro. “Nem de um lado, nem de outro?”, postou junto com foto de Maia.

Junto com Correia, assinaram o requerimento para oitiva de Delgatti os deputados federais Pastor Henrique Vieira (PT-MA) e Rubens Júnior (PT-MA), além de Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Duarte Júnior (PSB-MA). Também foi aprovado requerimento de Rogério Correia para convocação de Cíntia Queiroz, coronel da Polícia Militar do Distrito Federal e ex-Subsecretária de Operações da Secretaria e Segurança Pública do DF.

A senadora Eliziane Gama, relatora da CPMI, apresentou e teve aprovada sua solicitação para que a Abin encaminhe e compartilhe, em formato digital, relatórios e informes de inteligência produzidos o período de 01/10/22 a 01/01/23, relacionados a acampamentos e manifestações.

Quebra de sigilos aprovados

A reunião de hoje da CPMI aprovou também várias quebras de sigilos telefônicos, telemáticos, bancário e fiscal, como é o caso do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid. O ex-ministro da Justiça de Bolsonaro e secretário de Segurança Pública do Distrito Federal na época dos ataques em Brasília, Anderson Torres, teve quebrado seu sigilo telefônico e telemático, assim como o sigilo do general Carlos José Russo Assumpção penteado, ex-número 2 do GSI; do general Carlos Eduardo Feitosa Rodrigues, chefe da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial do GSI; do general Gustavo Henrique Dutra, chefe do Comando Militar do Planalto, e do coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, diretor do Departamento de Segurança Presidencial, todos ocupantes desses cargos na época dos ataques em Brasília.

Também foram quebrados os sigilos de George Washington de Oliveira, condenado por planejar a explosão de uma bomba perto do aeroporto de Brasília na véspera do Natal.

Oitiva de Torres será terça-feira

Além de ser alvo da quebra de sigilo, Torres será o próximo a ser ouvido na reunião da CPMI dos Atos Golpistas que está marcada para terça-feira (8), às 9 horas. Em sua casa a Polícia federal encontrou, em janeiro, uma minuta de decreto do Estado de Defesa, conhecida como “minuta do golpe”. A presença de Torres pode ser crucial para encerrar a primeira etapa da comissão, que investiga atos ocorridos em 12 de dezembro e 24 de dezembro. Torres esteve preso por 117 dias no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal.

Atualmente, ele é monitorado por tornozeleira eletrônica e está proibido de manter contato com outros investigados no caso, de acessar as redes sociais e de se ausentar do DF, além de ter de permanecer em casa durante a noite e aos fins de semana.

Da Redação

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