Forças de segurança estavam cientes de riscos durante caravana
Ministério da Justiça e Secretaria de Segurança do Paraná receberam documentos prévios do PT para que garantissem segurança durante Lula pelo Brasil
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Os tiros que atingiram dois ônibus da caravana Lula pelo Brasil na terça-feira (28) poderiam ter sido evitados caso as forças de segurança do Paraná, estado onde ocorreu o atentado, e o Ministério da Justiça tivessem levado a sério as solicitações enviadas previamente pelo Partido dos Trabalhadores para que medidas preventivas fossem tomadas durante a viagem do ex-presidente aos estados do Sul do país.
A postura do ministro da Justiça, Raul Jungmann, de tirar do âmbito federal as investigações sobre o caso contrariam documento assinado por ele próprio no dia 26 de março, em que diz estar ciente do roteiro e calendário de todas as atividades programadas durante a caravana, que se encerra nesta quarta-feira com ato em Curitiba.
No texto, o chefe da pasta ainda diz ter “transmitido as informações aos Diretores da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal, assim como ao Secretário Nacional de Segurança Pública”.
O grande número de atos de violência, no entanto, prova que o Ministério da Justiça não deu a devida atenção às solicitações do partido. E o que se viu desde o início da caravana no dia 19 de março foi um total descaso que acabou por colocar em risco a integridade física de dezenas de pessoas.
“Eu quero saber o que as autoridades paranaenses têm a falar, bem como o ministro da Justiça, o governo brasileiro. Vamos ter que tem alguém morto nessa caravana para provar o que estamos dizendo, que estamos sendo vítimas de milícia armada?”, questionou a presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
Em relação específica ao Paraná, o Diretório Estadual do PT, por meio de ofício enviado no dia 14 de março (portanto antes mesmo do início da caravana) informou às autoridades locais todo o trajeto programado para a passagem de Lula com a solicitação de “apoio solicitar aos organismos de Segurança Pública do Estado do Paraná o apoio de medidas que possa garantir a segurança e tranquilidade para esses eventos”.
Diferentemente do que ocorreu no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, o estado do Paraná foi o único dos percorridos durante a caravana a não fornecer escolta policial para a comitiva dos ônibus.
“Eis o resultado. Que isso alerte as autoridades do Estado e que sejam tomadas as devidas providências. Lembrando que foram atitudes como essa que levaram a Alemanha ao nazismo”, criticou o presidente do PT-PR, doutor Rosinha, em nota publicada na noite de terça-feira.
Da Redação da Agência PT de Notícias