Frente Ambientalista realiza ato em apoio à Greve Global pelo Clima
Parlamentares e ambientalistas afirmaram que a iniciativa, que ocorrerá em ao menos 100 países, será grito de repúdio à destruição da natureza promovida por Bolsonaro
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Deputados da Frente Parlamentar Ambientalista, entre eles vários do PT e de outros partidos de Oposição ao desgoverno Bolsonaro, realizaram nesta quarta-feira (18), no Salão Verde da Câmara dos Deputados, um ato de mobilização em apoio a Greve Global pelo Clima, movimento de paralisação mundial que ocorrerá em mais de 100 países do mundo na próxima sexta-feira (20). Convocada por entidades ambientalistas e liderada pelo Greenpeace, a Greve Geral pelo Clima tem como objetivo pressionar os governos a tomarem atitudes contra o aquecimento global e as ameaças ao meio ambiente.
Durante coletiva à imprensa, parlamentares e ambientalistas afirmaram que a Greve Global pelo Clima no Brasil será um grito de repúdio as práticas antiambientalistas do governo Bolsonaro. “Aqui no Brasil estamos vendo o próprio presidente (Bolsonaro) e os ministros da Agricultura (Tereza Cristina) e do Meio Ambiente (Ricardo Salles) adotarem medidas contrárias ao meio ambiente, além de incentivarem o crime ambiental e a criminalização dos parceiros da natureza, os camponeses, indígenas e quilombolas através do discurso de ódio”, acusou o deputado Nilto Tatto (PT-SP), presidente da Frente Parlamentar Ambientalista no Congresso.
Na mesma linha, o coordenador do Fórum em Defesa da Amazônia (composta por três frentes parlamentares, entidades ambientalistas e científicas), deputado Airton Faleiro (PT-PA), destacou que a situação no Brasil e no mundo é grave, e que é necessário a união de todos para combater a crise climática.
“A situação é de emergência por causa do que acontece no planeta, e grave por conta da ofensiva do governo Bolsonaro contra o meio ambiente. E nós do Fórum, que somos responsáveis pelo gerenciamento da maior parte da floresta Amazônica, vamos nos unir a essa Greve Global pelo Clima”, anunciou.
Durante a coletiva a imprensa foi entregue aos deputados Nilto Tatto, Airton Faleiro, e as deputadas Joênia Wapichana (Rede-RR) – coordenadora da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Indígenas – e Fernanda Melchiona (PSOL-RS) – representando a Comissão de Meio Ambiente da Câmara – um documento da coalização pelo Clima do Distrito Federal – composta por 36 entidades – com várias sugestões de medidas ao governo brasileiro para combater a crise climática no Brasil.
Sugestões
Entre as sugestões estão a neutralização da emissão de gases de efeito estufa pelo Brasil em até 80% até 2030; a adoção de um plano de mitigação da crise climática no País com a adoção de uma economia de baixa emissão de carbono; a implementação de políticas de recuperação de áreas ambientalmente degradadas; além do descontingenciamento imediato de todos os recursos voltadas a área socioambiental ainda este ano.
Para o ativista ambiental Roberto Ferdinand, representante da Marcha Mundial pelo Clima, o tempo para evitar uma catástrofe global já está quase acabando. “Temos que reduzir em 80% a emissões de gases de efeito estufa, adotarmos uma matriz energética limpa, alterar a produção extensiva para a produção orgânica, caso contrário até 2070 as mudanças climáticas poderão extinguir a nossa civilização”, alertou.
A coletiva a imprensa contou ainda com a presença do deputado Célio Moura (PT-TO) e Rubens Otoni (PT-GO), além de representantes das entidades ambientalistas Jovens pelo Clima, Engaja Mundo, do Conselho Indígena do DF, Subverta e dos servidores federais do meio ambiente.
Origem da Greve Global pelo Clima
A Greve Global pelo Clima é um movimento inspirado na luta da estudante sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que em uma sexta-feira de agosto do ano passado começou a protestar sozinha em frente ao Parlamento sueco, em Estocolmo. Naquele dia, ela faltou à aula e levou seu cartaz explicativo “em greve escolar pelo clima”, deflagrando o movimento chamado de Fridays for Future [Sextas pelo Futuro].
No Brasil, a Greve Global pelo Clima conta com o apoio de centrais sindicais – entre elas a CUT – além de outras 70 organizações da sociedade civil e das Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo. Serão realizados atos públicos em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Brasília, Rio Grande do Sul, Ceará e Pernambuco. A maior concentração é esperada em São Paulo, no ato que será realizado no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), a partir das 16h.
Por PT na Câmara