Gleisi critica atuação de golpistas na venda da Embraer

Para presidenta do PT, “este é mais um serviço que o governo golpista, no apagar de sua trágica existência, presta ao Departamento de Estado dos EUA”

Divulgação / Embraer

Aviões militares da Embraer

A venda do setor de aviação comercial da Embraer, o mais importante da empresa e altamente competitivo internacionalmente, foi duramente criticado pela presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann. A empresa Boeing, dos Estados Unidos, irá controlar 80% da nova companhia.

Para a presidenta do PT, “a venda do controle da Embraer à norte-americana Boeing é mais um crime do governo golpista de Michel Temer contra o Brasil e a soberania nacional“. Detentor de ações especiais, as “golden shares”, o governo poderia impedir o negócio ou exigir condições melhores.

Ela lembra que a “Embraer é uma das gigantes do setor de aeronáutica e lidera o mercado de aviação regional no mundo. Foi construída com a inteligência de brasileiros, e este é um patrimônio que não tem preço. Sua importância para o Brasil não é só econômica, mas estratégica”.

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que “o governo brasileiro, que tem uma ação com direitos especiais, não impediu a venda da empresa e a Boeing agora terá 80% da nova companhia. Rejeitado por 98% dos brasileiros, Temer vai entregando todas as riquezas nacionais”.

O senador Humberto Costa (PT-PE) lamentou que “orgulho histórico dos brasileiros e referência mundial de qualidade, Embraer passará a ser comandada pelos norte-americanos. Tudo por conta do governo Michel Temer, que, para se manter no poder, vende todo o nosso ouro”.

A divisão da Embraer que será controlada majoritariamente pela Boeing atualmente representa 60% do faturamento da empresa e a maior parte do lucro. O valor da operação a ser pago pela Boeing é de US$ 3,8 bilhões, ainda que o empreendimento negociado seja avaliado em US$ 4,75 bilhões.

Com o anúncio da assinatura de um memorando de entendimento entre as duas companhias, o valor de mercado da Embraer caiu aproximadamente US$ 3 bilhões. Isso se deve em parte ao fato de que, enquanto uma nova empresa será criada com o setor de aviação comercial da atual Embraer, a antiga companhia seguirá existindo com outras atividades, como a produção de aviões militares, executivos e agrícolas.

O acordo ainda prevê uma terceira empresa que envolverá o setor de defesa, mas os termos em que se dará essa parceria não foram divulgados.

Gleisi acrescentou que, “além de entregar a preço de banana a tecnologia que desenvolvemos e o mercado que conquistamos na aviação civil, o negócio compromete a soberania brasileira na aviação militar. Este é mais um serviço que o governo golpista, no apagar de sua trágica existência, presta ao Departamento de Estado dos EUA”.

Da redação da Agência PT de notícias

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