Gleisi lembra quem é o fundador da Unip após prova associando PT à corrupção

João Carlos Di Gênio está envolvido no escândalo dos Panama Papers. 20% dos alunos da Unip são financiados pela modalidade do Fies lançada no governo Lula

Arquivo/PT

Gleisi Hoffmann

A deputada federal eleita e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, falou à Fórum sobre a questão de uma prova da Universidade Paulista (Unip) que associava o Partido dos Trabalhadores à corrupção.

A questão, aplicada em uma prova da “Disciplina D253 Comunicação e Expressão”, apresentava um “poema” de Reinaldo Azevedo publicado em 2005 e propunha que os alunos tivessem um “conhecimento prévio” do contexto para entender o enunciado – este “conhecimento prévio”, no caso, é saber que o PT seria uma legenda conhecida pela corrupção. Fórum denunciou o caso na última sexta-feira (28).

Para a parlamentar petista, a pergunta faz parte de uma “campanha contra o PT”.

“É hora de perguntar: onde estão os defensores da ‘escola sem partido’? O texto aplicado na prova da UNIP (parte, fora de contexto, de uma sátira publicada por Reinaldo Azevedo em 2005) refere-se a um episódio que já foi julgado pela Justiça Federal e concluiu pela inocência do deputado José Guimarães. O ex-assessor preso com dinheiro no aeroporto de Congonhas também foi inocentado das acusações de propina e caixa dois, e condenado apenas a multa por não ter declarado a quantia. Estas seriam as informações relevantes para entender o caso, que a prova da UNIP não oferece. O resto é parte da campanha contra o PT desde o caso do mensalão”, esclareceu Gleisi.

A presidenta lembrou ainda, em seu posicionamento, que 20% dos alunos da instituição são financiados pela modalidade do Fies lançada durante o governo Lula e fez questão de trazer à tona quem é o empresário João Carlos Di Gênio, fundador da Unip.

“O mesmo Di Gênio que utiliza um texto satírico em prova da UNIP, para difamar e criminalizar o PT, foi apanhado no escândalo dos Panama Papers, por esconder contas milionárias em paraísos fiscais em pelo menos quatro offshores administradas pela famigerada Mossak Fonseca. Que moral tem sua instituição para falar de um caso em que a Justiça inocentou o PT e seu deputado?”, questionou.

De acordo com uma estudante ouvida pela reportagem, essa não é a primeira vez que a Unip apresenta questões em provas associando, deliberadamente, o PT à corrupção. Procurados, os dirigentes da instituição não se posicionaram sobre o caso sob a justificativa de a universidade estar em recesso.

Confira, abaixo, a íntegra do posicionamento da presidenta do PT sobre a questão

É hora de perguntar: onde estão os defensores da “escola sem partido”? O texto aplicado na prova da UNIP (parte, fora de contexto, de uma sátira publicada por Reinaldo Azevedo em 2005) refere-se a um episódio que já foi julgado pela Justiça Federal e concluiu pela inocência do deputado José Guimarães. O ex-assessor preso com dinheiro no aeroporto de Congonhas também foi inocentado das acusações de propina e caixa dois, e condenado apenas a multa por não ter declarado a quantia. Estas seriam as informações relevantes para entender o caso, que a prova da UNIP não oferece. O resto é parte da campanha contra o PT desde o caso do mensalão.

A UNIP é a cabeça dos empreendimentos bilionários de João Carlos Di Gênio.Dos seus mais de 500 mil alunos em cursos superiores, pelo menos 20% são financiados pelo Novo FIES do governo Lula, segundo declarou em 2016. Seria isso parte da “corrupção do PT”? Entre 2010 e 2012, a UNIP foi investigada pelo MEC sob a acusação de fraudar os exames do ENADE, reprovando propositalmente os alunos com menores notas para que só os melhores participassem do exame, aumentando artificialmente a média da universidade. Este ano, três alunos tiveram de ir à Justiça para participar do ENADE.

O mesmo Di Gênio que utiliza um texto satírico em prova da UNIP, para difamar e criminalizar o PT, foi apanhado no escândalo dos Panama Papers, por esconder contas milionárias em paraísos fiscais em pelo menos quatro offshores administradas pela famigerada Mossak Fonseca. Que moral tem sua instituição para falar de um caso em que a Justiça inocentou o PT e seu deputado?

É diante desse tipo de manipulação política que o MEC e Jair Bolsonaro deveriam agir, e não contra questões do ENEM que tratam da vida real no Brasil, que incluem o respeito às diferentes visões de mundo.

Por Revista Fórum

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