Gleisi saúda união de todos e todas na luta pela liberdade de Lula
Senadora participou de plenária de mulheres com Eleonora Menicucci e Anne Karolyne, que celebrou a participação das mulheres no acampamento e na luta política
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Uma plenária de mulheres deu o tom político para a tarde de domingo (15) no acampamento democrático da vigília Lula livre em Curitiba. Com a presença da ex-ministra Eleonora Menicucci, da secretária de mulheres Anne Karolyne e da senadora e presidenta nacional do PT Gleisi Hoffmann, a praça Olga Benário se encheu da presença das mulheres presentes no acampamento em torno da luta pela liberdade do ex-presidente Lula. “Defender Lula é defender a democracia”, disse a senadora.
“Estava pensando porque as mulheres querem tanto a liberdade de Lula. É porque Lula foi um presidente feminista, não no discurso, mas efetivamente no governo”, afirmou Gleisi. Ela lembrou a criação da secretaria de Políticas para Mulheres, no primeiro mandato do presidente Lula, e de ações como a preferência da titularidade do Bolsa Família no nome da mulher. “Isso representa independência econômica em relação ao homem”, disse.
Para completar o empoderamento feminino, Lula fez de Dilma Rousseff sua sucessora, elegendo a primeira mulher a ocupar a Presidência da República. “O povo do patriarcado não aguentou. Para chegar ao poder, tiveram que dar um golpe, pois a sociedade viu a diferença e não ganhariam uma eleição de jeito nenhum”, ironizou Gleisi.
A tarde ganhou ainda mais significado com a participação de Rosa de Fátima Trento Espínola, 54, vizinha do acampamento. Desde o último sábado, as portas da casa de dona Rosa ficam literalmente abertas para os homens e mulheres que ocupam as imediações da sede da Polícia Federal, onde Lula é mantido como preso político. Ela tem oferecido banhos, energia elétrica, internet e lugar para repouso.
Encontrar dona Rosa em casa é difícil. Apesar de viver com a casa cheia, a vizinha do acampamento está sempre participando ativamente das atividades políticas e culturais que acontecem na praça Olga Benário. Neste domingo, decidiu se filiar ao PT, e sua ficha foi assinada por ninguém menos do que pela senadora Gleisi.
“Nós temos lado, e por isso estamos ao lado do presidente Lula!”, saudou a ministra. “Eu tive a honra de dirigir a Secretaria de Políticas para Mulheres do governo da presidenta Dilma. Só pelas políticas públicas o presidente Lula já vale a luta das mulheres.”
“O testemunho da nossa luta pela democracia é: não queremos mais, de jeito nenhum, enfrentarmos 21 anos de ditadura neste país! E não aceitamos que condenem e prendam um homem inocente fique ali respondendo pelo que ele não fez, e sobretudo, pagando pelo que ele fez! E o que ele fez não tem preço!”, ressaltou.
Após um canto de “companheira me ajude, que eu não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor”, a secretária Anne Karolyne falou da participação das mulheres dos partidos e dos movimentos sociais na composição do acampamento. “A democracia está ameaçada quando temos o presidente Lula como preso político, e nós mulheres, que sempre seguimos na luta, acreditamos na sua inocência. Em todo o país há mobilizações nacionais, com a presença firme de mulheres guerreiras.”
“Nós nos somamos aos companheiros que estão resistindo também. Nós lutamos todos os dias pela nossa vida, o índice de violência contra as mulheres aumenta sempre. A violência contra a mulher não pode ser banalizada. Nós, feministas, lutamos pela nossa liberdade, e só é possível ser feminista na democracia.”
Gleisi afirmou que a direita não tem candidato, nem programa, por isso tenta segurar Lula numa prisão política para tentar tirá-lo da eleição. “O povo sabe que Lula é inocente”, disse. Isso fica claro, segundo ela, no resultado da pesquisa Ipsos divulgada na sexta feira. “73% dos entrevistados acreditam que os poderosos não querem Lula disputando a eleição porque ele vai ganhar”, apontou.
A presidenta do PT comentou também a pesquisa Datafolha divulgada neste domingo. “A pesquisa mostra que Lula é o preferido do povo brasileiro. Quero respeitar a Manuela e o Boulos, mas a referência de Lula é muito forte”, afirmou.
A eleição sem Lula não faz sentido do ponto de vista democrático, observou Gleisi. “Se tirar Lula, quem ganha é brancos e nulos. A pesquisa Datafolha mostra que no segundo ele ganha de todos, com 60% dos votos válidos”, disse.
Gleisi bateu duro nos tucanos golpistas. “Essa turma do PSDB que articulou o golpe e a principal derrotada. O que conseguiram foi consolidar Bolsonaro. O Brasil deve a eles o ódio que está sendo disseminado. Eles devem desculpas ao País”, afirmou.
A maioria do povo brasileiro quer Lula de volta à Presidência da República, disse Gleisi. “Por isso trancafiaram o Lula. Mas acharam que era só colocar a Globo para falar um monte de bobagens e tudo certo, mas hoje a gente faz a disputa nas redes sociais e temos comunicação alternativa!”.
A regulação da mídia é um compromisso de Lula, segundo Gleisi. “Não é entrar no conteúdo, mas o que não pode é ter o monopólio econômico. Devemos isso ao país. A Rede Globo tem muita responsabilidade pelo que está acontecendo no Brasil”, disse.
O que estão fazendo com Lula é uma injustiça, pois não há provas contra ele no processo judicial. “Por isso vamos ficar aqui. Não vamos sair”, afirmou. Ela tranquilizou os apoiadores de Lula quanto à manutenção do Acampamento Lula Livre. “Ao contrário do que dizem por aí, não temos aqui uma ação de despejo. Temos o interdito proibitório, que estamos respeitando”, afirmou.
Renegado puxou o “Boa Noite, presidente Lula”!
O deputado Pedro Uczai passou o dia no acampamento dando uma força nos atos políticos e, inclusive, na organização do almoço do pessoal. O parlamentar ressaltou o sentimento de solidariedade, de partilha, e de pertencimento solidariedade coletiva que se experimenta nos arredores do prédio da Polícia Federal.
Mesmo sendo mantido como preso político, Lula ainda agrega e se transforma numa experiência coletiva, que muda a vida das pessoas de um jeito inovador. “As pessoas saem daqui com mais força, energia e indignação política e ética por democracia, por liberdade de Lula e do povo. São muitos debates políticos, de instrução, de consciência política. Todo mundo ajuda em tudo, não se vê um lixo no chão. Todo mundo constrói esse acampamento junto. Aqui, se vê luta política dos que acreditam que um outro Brasil é possível e necessário com Lula livre e Lula candidato.”
Durante a apresentação de Renegado, que animou a noite de domingo e foi responsável pelo tradicional grito de “Boa Noite, Lula”. o líder do PT no Senado, Lindbergh Farias, lembrou na comissão aprovada na Casa pra visitas ao ex-presidente.
“Eu fiquei muito feliz quando soube que o ex-presidente está escutando o que se grita aqui”, disse o senador, puxando gritos de “Lula, estamos aqui!”.
“Se o Moro achava que o dia da prisão de Lula seria o dia de sua consagração, ele quebrou a cara. A imagem do dia foi Lula carregado nos braços do povo!”
Sobre a pesquisa Datafolha, disse: “Quiseram falar que o Lula caiu nas intenções de voto, mas ele está com 60% dos votos válidos. E, com toda a especulação que fazem, eu quero dizer, aqui de Curitiba, que Lula é o candidato do PT”, encerrou, aos gritos do público de “Não te plano B! O candidato é o Lula do PT!”
Da Redação da Agência PT de Notícias, de Curitiba