“Globo quer repetir 64”, critica deputada Moema Gramacho

Vicente Cândido lembrou também que o PT é responsável por colocar na vida política milhões de pessoas

Roberto Stuckert Filho/PR

Moema Gramacho, quando era deputada federal, em apoio à presidenta Dilma Rousseff

O comportamento da “Rede Globo” na cobertura da tentativa de instaurar um processo de impeachment contra a presidenta da República, Dilma Rousseff, é a repetição do seu apoio ao Golpe de 1964, promovido pelos militares. A afirmação foi feita neste sábado (16) pela deputada federal Moema Gramacho (PT-BA).

A deputada narrou o momento histórico em que a ditadura militar instaurou o Ato Institucional nº 5 (AI-5), a partir do qual se intensificou as perseguições políticas, reduziu-se a liberdade de expressão e se fechou o Congresso Nacional. Segundo ela, a cobertura da Globo não mostra o resgate histórico que os governos populares do ex-presidente Lula e de Dilma começaram a fazer no Brasil.

“A Globo não mostra, não faz questão de retomar a história. Porque ela apoiou o Golpe de 64, não quer retomar a história, quer de novo repetir 64, quer outro golpe”, afirmou, citando o editorial do jornal O Globo reconhecendo o apoio ao Golpe de 1964. “Mas é importante que se diga: vamos enfrentar. Não aquele golpe das baionetas, mas um golpe sofisticado, o golpe da mentira, o golpe de um massacre contra o PT, contra Dilma, contra Lula.”

Moema Gramacho fez um discurso emocionada, dirigido a seu neto, Bernardo. Foi uma forma de demonstrar que a decisão dos parlamentares a ser tomada nesta domingo (17) tem valor para as futuras gerações. “Deputados da bancada golpista, será que vão dizer para seus filhos e netos que conduziram um golpe para tirar do poder uma mulher honesta?”, questionou.

“Vão dizer que sempre souberam que não tem crime de responsabildiade? Porque eles sabem que não tem. Sabem que Cunha é o maior corrupto da República, tem US$ 52 milhões na Suíça. O corrupto do Cunha, que não deveria estar na presidência da Câmara, está conduzindo o impeachment. Por você, Bernardo, meu neto que eu amo, digo, eu e mais 24 deputados da Bahia, que vamos derrubar o golpe e manter a democracia. Não ao golpe, fica Dilma!”

Agenda para o país

O deputado federal Vicente Cândido (PT-SP) disse que seu desejo era o de discutir uma agenda positiva para o país, mas que não seria possível fazê-lo com Eduardo Cunha na presidência da Câmara.

“Gostaria de estar aqui discutindo uma agenda positiva, soluções para a crise política e econômica do Brasil. Poderíamos estar aqui para ouvir a sociedade organizada sobre os destinos do país”, afirmou. “Mas não com esse comando. Estamos aqui discutindo um ato impensado, num momento de desespero, quando Cunha deferiu o processo de impeachment. Um ato assinado por dois funcionários do PSDB e por um petista ressentido, que enquanto teve cargos não se voltou contra o PT, o sr. Hélio Bicudo.”

Para Cândido, o processo foi movido sem pensar na importância do PT para o país. “Não pensaram que este partido é responsável por ter colocado na vida política brasileira milhões e milhões de pessoas”, avaliou. “Os promotores desse impeachment não entenderam que o povo que foi capaz de eleger por duas vezes um operário e uma mulher presidente da República é também capaz de barrar o golpe e defender a democracia.”

Da Redação da Agência PT de Notícias

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