Golpista é desmascarado ao defender Brasil submisso ao FMI
Golpista Ataídes de Oliveira (PSDB-TO) usou números errados para atingir legado do PT, mas foi desmascarado pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
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Primeiro foi o golpe para tirar do cargo a presidenta eleita, Dilma Rousseff. Em seguida veio a pauta e as primeiras medidas de governo ilegítimo para atacar direitos e conquistas dos trabalhadores. Agora, os golpistas já buscam atingir o legado de avanços dos governos do PT, com Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma.
Com pouco mais de dois meses de tragédias para o povo brasileiro, o governo golpista de Michel Temer já utiliza, via seus apoiadores, de distorção de fatos e dados inexistentes para criar uma realidade em que as vitórias da sociedade com o PT são anunciadas como derrotas.
A prática se tornou real, nesta terça-feira (12), nas palavras do senador golpista Ataídes de Oliveira (PSDB-TO). Segundo ele, o pagamento do restante da dívida do Brasil com o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi uma “loucura” e uma “burrice” de Lula, que prejudicou o país.
“Foi a maior loucura e a pior burrice que Luiz Inácio Lula da Silva poderia fazer naquela época”, disse o senador. “Devíamos em torno de US$ 220 bilhões para o FMI. Lula pegou dinheiro a 12% interno e foi pagar uma dívida externa com juro abaixo de 1%.”
No entanto, o senador foi desmascarado pela colega de Senado Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). Ela apresentou os dados corretos sobre o pagamento da dívida do Brasil com o FMI, indicando que zerar a dívida trouxe benefícios para a população.
“O governo pagou uma dívida de US$ 15,5 bilhões ao Fundo Monetário Nacional no finzinho de 2005. E, com essa medida, não perdeu, como diz vossa excelência, mas economizou em torno de US$ 900 milhões do país”, afirmou a senadora. “Contra os fatos não existem palavras.”
Em 2002, último ano da gestão neoliberal de Fernando Henrique Cardoso, a opção do governo do PSDB para lidar com as instabilidades na economia brasileira foi recorrer mais uma vez ao FMI. Assim, as contas do ano foram fechadas com um empréstimo de US$ 41,75 bilhões.
Como era ano eleitoral, o acordo foi alvo de debate na campanha à Presidência da República. Todos os candidatos a presidente se comprometeram a pagar a dívida contraída por FHC.
No ano de 2005, conforme relatou a senadora Vanessa Grazziotin, o restante da dívida com o FMI foi quitado pelo governo Lula.
Em 2009, a situação se inverteu. Com a crise econômica internacional mais severa desde 1929, as economias emergentes enfrentaram grandes dificuldades de equilibrar as contas. O Brasil, contudo, crescia de forma estrturada e acelerada. Assim, foi o FMI quem recorreu ao Brasil, adquirindo um empréstimo no valor de US$ 10 bilhões.
Pouco tempo depois, em 2012, um novo empréstimo foi contraído junto ao Brasil, desta vez, para auxiliar países da zona do euro. Outros US$ 10 bilhões foram emprestados para os europeus.
“O que me impressionou não foi o dado, mas o fato de o senador dizer que o governo errou [ao quitar a dívida]”, avalia a senadora Vanessa Grazziotin.
“Disse que o presidente Lula cometeu a maior de todas as burrices porque o país perdeu [dinheiro]. Não perdeu. O povo brasileiro não perdeu. Ganhou porque deixou de se submeter às ordens do FMI. Se alguém aqui neste plenário tem saudade desses tempos, eu não tenho saudade nenhuma.”
Da Redação da Agência PT de Notícias