Guardiãs da Amazônia: A força das mulheres indígenas na conservação da floresta, por Anne Moura
É essencial destacar o papel das mulheres na defesa da Amazônia, pilares fundamentais na busca pela preservação e conservação da floresta viva, escreve Moura
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Hoje, 5 de setembro, celebramos o Dia da Amazônia. Data que tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância desse ecossistema para o planeta. A data também marca o Dia Internacional da Mulher Indígena, que marca o apoio na luta das mulheres indígenas por justiça social e em defesa dos direitos de seus povos.
É de suma importância destacar o papel das mulheres na defesa da Amazônia. Todas nós somos pilares fundamentais na busca pela preservação e conservação da floresta viva, que pode e deve ser fonte de renda para as populações que aqui vivem, e que através de seus saberes ancestrais sabem como retirar da natureza, respeitando o seu ritmo.
A Amazônia é um dos biomas mais ricos e diversos do mundo. Nas entranhas de suas florestas, abriga uma imensa variedade de espécies vegetais e animais. Além disso, possui grande importância no equilíbrio climático global, absorvendo dióxido de carbono e liberando oxigênio.
Porém, nossa floresta tem sido alvo de diversas ameaças, como o desmatamento ilegal, a expansão agrícola descontrolada, a mineração predatória e a invasão de terras indígenas. Essas atividades têm causado danos irreparáveis ao ecossistema, comprometendo a biodiversidade e contribuindo para as mudanças do clima.
Nesse contexto, as mulheres, com destaque para a luta das mulheres indígenas, desempenham um papel fundamental na defesa da Amazônia. Elas estão presentes tanto nas comunidades indígenas e caboclas, como nas organizações não governamentais e movimentos sociais que lutam pela preservação da floresta. As mulheres amazônidas têm se destacado como lideranças, articuladoras e defensoras dos direitos territoriais e ambientais.
O Dia da Mulher Indígena foi criado em homenagem à memória da líder indígena aimará, Bartolina Sisa, que comandou uma rebelião contra os conquistadores e dominadores espanhóis no Alto Peru, região atual da Bolívia, em 1781. Em nome dela, aqui também quero homenagear lideranças indígenas e não-indígenas da nossa floresta, que estão na luta por um futuro amazônida possível, principalmente para as suas populações.
Viva Sônia Guajajara, nossa ministra dos povos indígenas! Viva Joenia Wapichana, presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai)! Viva Marinete Tukano, coordenadora da Rede de Mulheres Indígenas do Amazonas Makira E’ta! Viva Samela Sateré Mawé, comunicadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e da Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga)! Viva Vanda Witoto, palestrante e educadora política! Viva Michele Andrews, produtora cultural e ativista social! Viva Alessandrine Silva, mãe e ativista pelos direitos das mulheres e crianças! Viva Angela Mendes, ativista socioambiental! E todas as milhares, milhões de mulheres ativistas na defesa de nossa floresta!
As mulheres enfrentam desafios e violências que vão além de suas lutas pela Amazônia. São vítimas de discriminação de gênero, violência sexual e ameaças por parte de madeireiros, garimpeiros e outros agentes que exploram ilegalmente os recursos naturais da floresta. Apesar disso, elas persistem em sua luta e são um símbolo de resistência e coragem.
Em resumo, o Dia da Amazônia é uma oportunidade para refletir sobre a importância desse ecossistema e destacar a participação das mulheres e dos povos indígenas na defesa da floresta. É fundamental reconhecer e valorizar seus conhecimentos, lutas e resistências, buscando uma maior conscientização e ação em prol da preservação desse patrimônio natural tão precioso para o planeta.
Anne Moura é secretária Nacional de Mulheres do PT