Haddad: Nossa vitória será com o povo nas ruas, não com mentiras

Em plenária com movimentos sociais do Brasil, candidato petista convocou a militância para lutar contra os perigos representados por Jair Bolsonaro

Paulo Pinto

Gleisi Hoffmann, Marianna Dias, Fernando Haddad e Guilherme Boulos

“A partir de agora temos uma tarefa histórica e não vamos nos deter diante das ameaças vindas do meu adversário”. O recado dado pelo candidato Fernando Haddad na sede da CUT nesta terça-feira (16), em São Paulo, ditará a postura da militância durante a reta final da campanha que definirá o próximo presidente do país: somente com o povo nas ruas será possível derrotar o candidato que representa o retrocesso e a intolerância para levar ao Palácio do Planalto o único projeto que pode fazer o Brasil voltar a sorrir.

E a primeira grande resposta nesta reta final do processo eleitoral contra a iminência do discurso excludente e fascista propagado por Jair Bolsonaro, definida durante a plenária organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, acontece neste sábado (20) em todo o país.  “Já temos 40 milhões de pessoas que querem votar na gente. Mas se houvesse apenas uma pessoa sozinha a luta já valeria a pena porque a causa é justa (…) Por isso devemos continuar a militância pelo computador, mas agora é fundamental aumentarmos a nossa presença nas ruas ”, convoca Haddad.

Haddad também lamentou que a campanha do adversário, pautada quase que exclusivamente na produção de notícias falsas, tenha incentivado pessoas de boa fé a acreditar num candidato sem projeto e que construiu toda a sua carreira sem oferece qualquer benefício à população. “Bolsonaro está, sem dúvida, entre os 10 piores parlamentares da história do Brasil. Um homem que é capaz de dizer as piores atrocidades possíveis e que não fez nada em 28 anos na política (…) Ele seria uma piada se não fosse um perigo real ao país”, concluiu.

Também presente na plenária, a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann, concorda com Haddad quanto ao perigo representado por Bolsonaro. “Eles não foram falar com o povo. Eles não saem às ruas e ficam escondidos usando o WhatsApp para enganar a população. Quando as pessoas entenderem o risco que correm com o candidato da extrema-direita eles vão atender o nosso chamado e desmascarar Jair Bolsonaro”, apostou.

Gleisi também criticou o uso hipócrita do discurso religioso durante a campanha do adversário, que fala de fé e violência na mesma medida. “Eles são como túmulos caiados: brancos por fora e podres por dentro. Se Cristo descesse à Terra seriam eles que o Crucificariam novamente”, comparou a parlamentar.

Plenária realizada na CUT nesta terça-feira (16)

Dias de luta

Incumbida de ser a porta-voz da plenária realizada na tarde desta terça-feira, a presidenta da UNE, Marianna Dias, comemorou a demonstração de força dos movimentos sociais representados durante o ato: “A nossa ideia é que nós façamos a partir de hoje um calendário de luta e mobilização para além do que já estamos fazendo. Hoje é uma tarde para dar um novo pontapé nesta reta final de campanha porque o que está em jogo é a democracia brasileira”.

Vagner Freitas, presidente da CUT, compartilha da mesma opinião e lembra que a história da esquerda no Brasil está repleta de desafios semelhantes ao de agora.  Nós somos militantes, homens e mulheres forjados na luta. Nós estamos habituados a enfrentar estes fascistas. Fizemos isto desde o início das nossas frentes. São dois projetos aqui colocados. De um lado tem o candidato do patrão que votou contra todos os interesses da classe trabalhadora. De outro, um projeto que inclui o povo em sua pauta”, avaliou Freitas.

O presidente da CUT também fez questão de convocar a população para os atos do próximo dia 2o: “É um chamamento para o enfrentamento contra a direita. É para levantar a moral da nossa militância porque nós não temos medo de pesquisa, nós não temos medo de fascistas. Vamos organizar a nossa luta para ganhar as eleições”.

Índio, representante da Frente Povo Sem Medo e da Intersindical, completa ao lembrar da verdadeira trajetória de Bolsonaro e a importância de desmascará-lo. “Todos nós sabemos que em 30 anos o Bolsonaro sempre esteve ligado aos interesses patronais. Ele votou a favor de todas as medidas de Temer. Ele é Temer, sim!”, enfatizou.

Guilherme Boulos, que candidatou-se a presidente pelo Psol e hoje representa uma forte liderança da esquerda, vai além. “O que está em jogo é a democracia contra um projeto autoritário (…) E nesta disputa não dá para ficar em cima do muro. Temos pouco mais de 10 dias para construir uma virada e mostrar quem é Jair Bolsonaro de verdade”, concluiu.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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