Instituto Lula debate inclusão social como parte do combate às drogas

Para o diretor do Instituto, o tema é importante por ter ligação com a juventude brasileira e pela necessidade de rever as atuais estratégias de combate às drogas

Foto: Heinrich Aikawa/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma reunião com diversos ativistas, profissionais da saúde e especialistas em políticas de drogas, na última sexta (18). O debate foi promovido pelo Instituto Lula.

Para o diretor do Instituto Lula e mediador do encontro, Paulo Vannuchi, a importância do assunto se justifica por sua ligação com a juventude brasileira e a necessidade de rever as atuais estratégias de combate às drogas.

Segundo Vannuchi, se busca atualmente uma alternativa à chamada ‘Guerra às Drogas’, política de combate às substâncias ilegais capitaneada pelos Estados Unidos que aposta na repressão como método de ação principal.

O psiquiatra e diretor de Articulação da Secretaria Nacional sobre Drogas (SENAD-MJ), Leon Garcia, afirmou ser necessário sair “do discurso da violência”, no qual “os conservadores nadam de braçadas”.

“A droga não atinge igualmente todo mundo; ela é um mecanismo para acentuar a desigualdade”, considerou Garcia. O psiquiatra citou o programa Braços Abertos, da Prefeitura de São Paulo, como um modelo positivo por tratar o usuário “não como um objeto, mas como uma pessoa que é capaz de fazer escolhas”.

Na opinião da socióloga Julita Lemgruber, o Brasil teve sucesso no combate ao HIV e ao tabagismo. Para ela, o País deveria usar essas experiências para cuidar da prevenção às drogas.

“A maior parte das pessoas que usa drogas lícitas e ilícitas não usa de forma abusiva”, afirmou a socióloga. Segundo Lemgruber, os mais atingidos pelas políticas opressivas da chamada “guerra às drogas” são os mais pobres.

O historiador Eduardo Ribeiro concordou com a socióloga e acrescentou o problema racional ao argumento. “A política de drogas é o mecanismo mais racista e cruel já construída”, enfatizou.

“Temos ideias muito boas, mas não conseguimos chegar à população”, considerou a fundadora e diretora executiva do Instituto Igarapé, Ilona Szabó.

Ao final do debate, o ex-presidente afirmou ter aprendido muito com as exposições dos convidados. Para ele, as duas tarefas essenciais para lidar com a questão das drogas são “tratar corretamente os usuários” e “tratar corretamente a cabeça do que não usuários, que às vezes se comportam com preconceito e discriminação”.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Instituto Lula

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