Jair Bolsonaro anuncia “sinal verde” para privatizar os Correios
Venda da estatal deve gerar prejuízo ao governo e inviabilizar serviços essenciais, como já alertou o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT)
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Jair Bolsonaro (PSL) já deu “sinal verde” para a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). A informação é da revista Veja, que entrevistou o chefe do Executivo esta semana. Os estudos para a privatização dos Correios foram iniciados em abril. Na ocasião, o presidente da ECT, general Juarez Aparecido de Paula Cunha, criticou a privatização da estatal.
O general alertou para a inviabilidade de manter a entrega de correspondências convencionais, serviço essencial, mas deficitário, se a parte lucrativa dos Correios — entrega de encomendas do comércio eletrônico, por exemplo — for vendida à iniciativa privada.
“É um subsídio cruzado. Um lado compensa o outro”, Juarez Cunha. Todos os 5.570 municípios do País contam com pelo menos uma agência dos Correios. Segundo o presidente da ECT, apenas as operações em 341 dessas cidades são lucrativas. Nos 93% dos demais municípios, o serviço dá prejuízo.
Para o general Juarez, “empresa nenhuma vai querer arcar” com os custos da operação deficitária, que ficaria para o governo, acarretando gastos sem a compensação das operações
Antes da posse, governo negava privatização
Antes da posse de Bolsonaro, no dia 06 de dezembro do ano passado, o ex-astronauta Marcos Pontes, já indicado para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) — pasta à qual pertencem os Correios — havia descartado a privatização da empresa.
Segundo Pontes, a entrega da estatal à iniciativa privada não era pauta discutida dentro da montagem e planejamento do novo governo. Menos de quatro meses depois, em 26 de abril deste ano, Bolsonaro autorizou a inclusão dos Correios na lista de privatização do governo.
Por PT no Senado