João Paulo Rillo: A violência de Alckmin

Em artigo, o deputado estadual João Paulo Rillo compara o desprezo de Alckmin para com os professores do estado, com a violência de Beto Richa contra os servidores no Paraná

João Paulo Rillo, deputado estadual do PT

A violência de Beto Richa, com sua polícia obtusa, reprimindo com truculência professores em Curitiba, é facilmente identificável. De um lado, estão as bombas, os cassetetes, as fardas e, de outro, professores apanhando e sangrando. Foram, sem dúvida, cenas eloquentes aquelas assistidas há uma semana.

Em São Paulo, a violência contra os professores, ordenada pelo tucano Geraldo Alckmin, é também truculenta, sangra, humilha e coloca em risco a integridade física e a vida dos professores.

A diferença, basicamente, é de quem dá a ordem. Alckmin é requintado e insidioso. A força bruta e seus desdobramentos espetaculosos combinam melhor com a personalidade insegura de Richa. A Alckmin, sobram certezas, principalmente em relação à Educação.

Afinal, Alckmin é o mais bem acabado produto de um projeto de poder responsável por 20 anos de desmonte da Educação em São Paulo. Porque, na verdade, para uma sociedade, a arma letal, o tiro certeiro, a tortura mais terrível é privá-la de Educação.

É  uma violência que se desdobra no tempo, causando uma espiral de danos incalculáveis. A truculência do tucano paulista se traduz na subversão da progressão continuada em aprovação automática, no assédio moral frequente aos funcionários da Educação, em mais de 3 mil classes fechadas, em superlotação, violência em salas de aula e, mais recentemente, na censura aos professores em greve.

Por quase dois meses, desde o início da paralisação, o governo de São Paulo negou ou minimizou o movimento. Evitou o diálogo e a negociação, amparando-se no repúdio à realidade. E, agora, recorre à Justiça para evitar a presença dos professores grevistas dentro das escolas, numa clara censura e num confesso temor em relação à eficiência dos argumentos dos manifestantes.

Enquanto Richa expõe publicamente sua truculência, Alckmin a pratica veladamente. A Richa, cabe a condenação pública, até com repercussão internacional. A Alckmin, temos reservada a conivência, principalmente dos grandes veículos de comunicação, mas também de cada um, testemunhas do genocídio de jovens e crianças, parceiros dos assassinatos de talentos e esperanças, cúmplices desse processo de produção de analfabetos funcionais em que foi transformada a Educação pública paulista.

João Paulo Rillo é deputado estadual (PT-SP)

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