Laerte: Tentativa de golpe tem como passo estratégico prisão de Lula

Em debate no Barão de Itararé, cartunista defendeu ir às ruas e usar o humor para exigir democracia. Gregório Duvivier criticou justiça seletiva

Não basta humor. Para a cartunista Laerte Coutinho, é necessário sair às ruas para exigir democracia. “Tem que ir para a rua. Mas também tem que fazer humor. Nem que seja para não nos sentirmos solitárias, para sentir um a força dos outros”, afirma ela.

Laerte, hoje com 64 anos, já participou da luta contra a Ditadura Militar na década de 1970, quando suas charges e quadrinhos ilustravam publicações de esquerda.

“Está se tramando um golpe que tem como passo estratégico a prisão do Lula. Querem destruir a candidatura do Lula em 2018, e prender ele de preferência”, afirma a cartunista. Para ela, a população deve refletir e não se deixar enganar pela mídia. “É um conto da carochinha que o Moro está tentando vender para o Brasil”, afirma.

Gregorio Duvivier. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Gregorio Duvivier. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Laerte participou de um debate com Bemvindo Sequeira e Gregório Duvivier no Sindicato dos Engenheiros, em São Paulo, na noite da quinta-feira (10). O Ministério Público Estadual havia acabado de emitir um pedido de prisão ao ex-presidente Lula, que ainda será avaliado pela 4ª Vara Criminal da capital paulista e que gerou indignação em diversos setores.

Para Duvivier, o que tem sido feito não é justiça, é justiçamento, porque as denúncias são seletivas. “Porque ninguém fala do Aécio Neves, do Renan Calheiros, do Cunha?”, questionou o humorista. “Essa prisão vai insuflar muita gente (a favor do ex-presidente)”, afirmou ele. Mesmo diante desse cenário, Duvivier acredita que hoje as pessoas estão questionando mais, o que impede novos golpes. “Já teria tido um golpe se não tivesse gente questionando e mobilizada o tempo todo”, disse ele.

Auditório do Sindicato dos Engenheiros. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

Auditório do Sindicato dos Engenheiros. Foto: Paulo Pinto/Agência PT

“O humor não precisa ser a munição que vai explodir a trincheira do inimigo, mas a provisão para os soldados que estão nesse lado da trincheira”, afirmou Laerte. Para ela, a sociedade criou um consenso baseado em uma cobertura enviesada da mídia e de investigações intencionalmente conduzidas. “O maior problema do Brasil hoje são as certezas tatuadas no corpo, sem nenhum embasamento, baseada no disse-me-disse”, afirmou Duvivier.

Veja abaixo o vídeo gravado pela TV PT:

Da Redação da Agência PT de Notícias

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