Léo Índio é o primeiro membro do clã Bolsonaro a ter prisão decretada

Ministro Alexandre de Moraes, do STF, acatou pedido do procurador-geral da República e determinou a prisão do foragido por envolvimento no 8 de janeiro

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Léo Índio fez postagens enquando participava dos ataques de 8 de janeiro

Réu por envolvimento nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023, Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, é o primeiro membro do clã Bolsonaro a ter prisão preventiva decretada. Nesta quarta-feira (3), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, acatou pedido do procurador-geral da República, Paulo Gonet. O sobrinho de Jair Bolsonaro descumpriu medidas cautelares ao fugir para a Argentina em março.

“O réu é primo de Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro. A prisão preventiva (…) tem o caráter de mostrar que ninguém que cometeu crimes contra o Estado democrático de Direito fugirá da aplicação da lei penal”, comentou na rede X o presidente interino do PT, senador Humberto Costa (PT-PE), ao destacar que, mesmo com passaporte apreendido, Léo Indio fugiu do país.

“Na semana passada, Léo Índio deu uma entrevista para a Rádio Massa FM, de Cascavel (PR), e confirmou que está no país vizinho há 20 dias porque tem medo de ser preso”, publicou o site G1 que informou também que ele precisa renovar a permissão a cada três meses e teme ser preso no momento da renovação do documento.

Sem anistia para golpistas, diz deputada

O sobrinho foragido de Bolsonaro responde pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado da União.

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Além de ter participado dos atos terroristas que depredaram as sedes dos Três Poderes em de 8 de janeiro de 2023 em Brasília, Léo fez postagens nas redes sociais durante as invasões. A fuga para a Argentina configurou descumprimento de medidas cautelares que deveriam ser seguidas, pois ele respondia ao processo em liberdade.

“Sem anistia para golpistas! A Justiça determinou a prisão preventiva de Léo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro e envolvido nos atos criminosos de 8 de janeiro. Fugiu para a Argentina há 23 dias, mas não escapará da responsabilização”, assinalou a deputada federal Ana Paula Lima (PT-SC).

Fuga deliberada, diz Moraes

O pedido de prisão do sobrinho de Bolsonaro foi feito pela Procuradoria-Geral da República após Léo Índio confirmar que estava na Argentina, apesar dos passaportes cancelados.

“Ao se evadir para a Argentina, Leonardo Rodrigues de Jesus deliberadamente descumpriu medida cautelar alternativa à prisão, a evidenciar sua insuficiência, o descaso com a aplicação da lei penal e desrespeito às decisões emanadas pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou Paulo Gonet no pedido de prisão.

Por sua vez, o ministro Moraes apontou que Léo Índio fugiu deliberadamente do país.

“O réu demonstrou ampla intenção de sair do território nacional com a finalidade de se evadir do distrito de culpa, uma vez que o acusado tendo plena ciência do cancelamento de seu passaporte, deliberadamente fugiu do Brasil, tendo ingressado na Argentina com o documento de identidade, em razão da desnecessidade de apresentação obrigatória de passaporte em países do Mercosul”, disse Moraes.

O objetivo da fuga foi confirmado, segundo o ministro, pelo documento de permanência provisória apresentado pela defesa, que comprova a autorização para permanecer até junho na Argentina.

“Dessa forma, a evidente fuga do distrito da culpa em virtude do recebimento da denúncia em face do réu, demonstra a legitimidade da imposição da prisão preventiva para assegurar a aplicação da lei penal”, concluiu Moraes.

Longa história com o judiciário

Em vídeo postado no canal ICL Notícias, a jornalista Juliana Dal Piva resumiu a longa história de problemas de Leo Indio com o judiciário brasileiro.

O sobrinho de Bolsonaro trabalhou no gabinete do então deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro de 2006 até 2012. “Como boa parte dos funcionários da família Bolsonaro, ele sacava praticamente todo o salário. Do total de R$ 420 mil em salários, ele sacou R$ 400 mil em dinheiro vivo. Ele é um dos investigados no caso das rachadinhas”, disse ela.

Em 2018, Leo Indio foi para Brasília e tentaram alocá-lo no Planalto, na ‘Abin Paralela’. “O general Santos Cruz barrou a contratação e ele ficou como funcionário do gabinete do senador Chico Rodrigues (DEM-RO), que foi flagrado com R$ 50 mil na cueca

“A história dele e suas questões com o judiciário não são poucas e não terminam por aqui. Caso volte ao Brasil, pode ser preso”, concluiu a jornalista.

Da Redação, com informações do G1 e ICL Notícias

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