Lula abre 7º Congresso do PT e avisa: nunca tive tanta vontade de lutar

Discurso do ex-presidente, proferido em ato realizado na noite desta sexta (22), confirma papel central do partido para mobilizar e unir o povo brasileiro em defesa do país

Ricardo Stuckert

Lula no 7º Congresso Nacional do PT

Duas semanas se passaram desde que Luiz Inácio Lula da Silva retornou para os braços do povo após 580 longos dias mantido em cárcere político a partir de  uma farsa judicial sem precedentes. De lá para cá, com espantosa velocidade,  um novo cenário começou a se desenhar à medida que o ex-presidente reafirmava o seu posto de maior liderança popular da história do país.

Nesta sexta-feira (22), durante a abertura do 7º Congresso Nacional do PT, ficou evidente que a sua liberdade atingiu em cheio a disposição da militância para enfrentar os enormes desafios que estão por vir – não só para que seja inocentado, mas sobretudo para barrar o desastre que está em curso.

Não é por acaso que, antes mesmo de ter sua presença confirmada, o evento já se configurava como um dos mais importantes da longeva trajetória do partido diante do contexto em que seria realizado. Para muito além da renovação das lideranças do partido, o 7º Congresso Nacional mostrou a que veio logo em seu primeiro dia. Como bem definiu Lula, “o PT nasceu lutando pela liberdade” e não será agora que negligenciará o seu próprio legado.

“Eu estou com ainda mais disposição de lutar por este país do que em qualquer outro momento da minha vida”, avisou o ex-presidente.

Sua fala, como ele mesmo costuma dizer, é uma ideia. E tal ideia indiscutivelmente foi seguida à risca por seus aliados e aliadas mesmo quando esteve ausente. “Nós resistimos e durante estes últimos três anos, sempre colocamos em prática o que Lula nos orientou: que nosso lugar é sempre ao lado do povo, lutando com raça e determinação. Estamos vivos e ativos, reafirmando nosso caráter democrático, popular e socialista”, reiterou a presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann.

Para tanto, segundo a ex-presidenta Dilma Rousseff, é preciso fazer do Congresso o ponto de partida para uma nova onda de mobilização:  “O 7º Congresso PT tem uma imensa capacidade de produzir mudanças em nosso país, e nós sabemos o quanto precisamos de mudanças com o país  governado por Jair Bolsonaro”.

O ex-ministro da Educação Fernando Haddad concorda e completa: “Nós não podemos subestimar a nossa própria força, estamos abrindo este Congresso porque nós temos a melhor militância deste país e juntos vamos defender a democracia”. 

O líder do PT no Senado, Humberto Costa,  o líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta, além de representantes de outros partidos e movimentos sindicais também ressaltaram a importância de manter a mobilização – tanto nacional quanto internacional – permanente até que o Brasil seja devolvido ao seu povo.

Consciência Negra

Comemorado dois dias antes do Congresso, em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra teve grande destaque durante o ato de abertura. Convidada para ser a porta-voz da homenagem, a deputada federal Benedita da Silva fez discurso forte em defesa da inclusão racial na política – algo que o PT sempre teve em pauta durante o seus governos. “Nós precisamos ocupar todos os espaços, mas sabendo que poder não se dá nem se divide; se conquista”, declarou, para logo em seguida exaltar as políticas raciais introduzidas no país a partir do governo Lula.

Apoio internacional

O dirigente do Partido Comunista Cubano Angel Arzuaga subiu ao palco para entregar placa simbólica com mais de 2 milhões de assinaturas recolhidas durante campanha internacional em defesa da liberdade de Lula. Depois, o embaixador do país caribenho no Brasil, Rolando Gomez,  entregou a Ordem do Mérito, assinada pelo presidente Miguel Díaz-Canel.

Outra homenagem recebida por Lula veio de Jean-Marc Germain, secretário de relações internacionais do Partido Socialista Francês, que veio ao Congresso para entregar o documento que oficializa a cidadania parisiense ao ex-presidente.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

 

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