Lula comenta vitória do Brasil por 2 a 0 contra a Costa Rica
Em sua segunda participação no Papo com Zé Trajano, ex-presidente diz que Brasil ainda precisa melhorar se quiser levar o hexa na Copa do Mundo
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Venceu, mas não convenceu. A expressão corriqueira do futebol funciona com precisão para definir a análise do ex-presidente Lula sobre a vitória por 2 a 0 do Brasil contra A Costa Rica, em jogo válido pela segunda rodada do Grupo E da Copa do Mundo na Rússia.
“Temos de reconhecer que o Brasil outra vez não jogou bem e o Tite sabe disso. Não jogou bem porque o adversário não deixou e será assim em todos os jogos”, pondera Lula.
O ex-presidente, no entanto, saiu em defesa de Neymar. Apesar de ter anotado o segundo gol canarinho, a maior estrela do futebol nacional parece ter sentido as cobranças dos brasileiros e brasileiras por atuações mais convincentes.
“A cena do Neymar chorando é a demonstração do estado psicológico de um jogador que carrega nas costas a responsabilidade de ser o melhor do time (…) O Neymar não é obrigado a bater todas as faltas nem todos os escanteios. Na minha opinião, ele tem de ficar perto da área do adversário para pegar os rebotes”, avalia.
Leia o comentário na íntegra:
É preciso mostrar mais futebol
Meus amigos e minhas amigas,
Vocês se lembram que, depois da estreia da seleção contra a Suíça, chamei a atenção para a possibilidade do pequeno Davi vencer o gigante Golias. E quase aconteceu no jogo contra a Costa Rica.
Se a partida tivesse terminado no tempo normal, seria um empate. Graças à cera da Costa Rica, o Brasil fez seus dois gols na prorrogação.
Certamente os brasileiros que ficaram irritados com a cera dos adversários agora estão felizes, porque ganhamos 8 minutos a mais para decidir o jogo; e os torcedores da Costa Rica ficaram muito chateados por terem perdido nesses 8 minutos. Isso se chama futebol.
Temos de reconhecer que o Brasil outra vez não jogou bem e o Tite sabe disso. Não jogou bem porque o adversário não deixou e será assim em todos os jogos.
Ninguém quer perder para o Brasil.
Por isso, o jogo coletivo e a criatividade dos nossos jogadores tem de prevalecer. Tivemos quase 70% de posse de bola no tempo normal, mas só marcamos na prorrogação.
Muitos comentaristas brasileiros oscilam entre a arrogância de afirmar que somos os melhores do mundo, para depois cair da depressão de dizer que não somos de nada.
Lembro da Copa de 2014. A seleção brasileira era o máximo no começo da Copa e terminou humilhada pela seleção da Alemanha, que passou a ser tratada como se fosse a maior maravilha do mundo.
A verdade é que em 2014 o Brasil não foi bem desde o início, não fez nenhum jogo bom. Ganhamos ou empatamos sempre raspando.
Agora é a mesma coisa. Ainda não jogamos bem e o papel dos adversário é esse mesmo: não deixar o Brasil jogar.
Se quisermos ser campeões do mundo, temos de apresentar um futebol superior ao que mostramos nos dois primeiros jogos.
A responsabilidade é grande, e a emoção também.
A cena do Neymar chorando é a demonstração do estado psicológico de um jogador que carrega nas costas a responsabilidade de ser o melhor do time.
Não pode continuar assim.
O Neymar não é obrigado a bater todas as faltas nem todos os escanteios. Na minha opinião, ele tem de ficar perto da área do adversário para pegar os rebotes.
E faltas, só aquelas com possiblidade de cruzar na área. Para bater faltas temos outros. O Phillippe Coutinho é especialista.
Podemos até ter menos tempo de bola nos próximos jogos, mas precisamos acertar o gol. Aí, as vitórias virão.
Um abraço do Lula
Da Redação da Agência PT de Notícias