Lula: Credibilidade só se alcança com presidente eleito pelo povo
Em reunião da CNM e da CUT, ex-presidente afirma que Estado tem papel fundamental para o desenvolvimento do País
Publicado em
“Provamos que era possível aumentar o salário mínimo sem aumentar a inflação. Fizemos isso 12 anos seguidos. Nos meus oito anos de mandato, a inflação ficou sempre dentro da meta.”, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reunião ampliada da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) da Central Única dos Trabalhadores (CUT), nesta terça (24), em São Bernardo do Campo (SP).
Além de Lula, o encontro contou com a presença do presidente da CUT, Vágner Freitas, do presidente da CNM, Paulo Cayres, do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, além de outras personalidades do setor político e sindical brasileiro.
O ex-presidente destacou ter posto os setores mais pobres do País na economia, o que nunca havia sido feito na história do Brasil.
“Entre 1950 e 1980, o Brasil foi um dos países que mais cresceu no mundo. E esse crescimento não serviu para distribuir renda (…) Temos que mostrar para as pessoas que, antes de ir para o Céu, elas precisam ser tratadas como cidadãs”, contou.
De acordo com o líder petista, o Brasil vai piorar muito sob o governo usurpador de Michel Temer. “Não esperem que o Temer vá fazer as coisas que vocês querem. Ele vai fazer justamente o que vocês não querem (…) Credibilidade a gente só alcança com presidente eleito pelo povo”.
Influência estrangeira na Lava Jato
“Hoje, tenho convicção de quem tem dedo estrangeiro nesse negócio da Lava Jato. Tem interesse no pré sal”, afirmou Lula, após analisar que, além de injustiça contra investigados, a operação tem causado graves danos à economia nacional.
Lula também lembrou que até a presidenta do Fundo Monetário Internacional (FMI), a francesa Christine Lagarde, “deu um pito em Meirelles [Henrique Meirelles, ministro da Fazenda] dizendo que a prioridade não é corte, é combater a desigualdade”.
Para Lula, o governo tem que ser o motor de arranque do Brasil. “Se não for o Estado, não tem ninguém (…) O Itaú e o Bradesco nunca emprestaram dinheiro a longo prazo. Quem faz isso é o Estado”.
O petista também criticou medidas que podem diminuir o poder de consumo da população. “Qual é o empresário que vai fazer investimento se não tiver consumo?”, questionou. Em sua análise, consumo e desenvolvimento industrial têm que estar sempre juntas. “Como conseguimos criar 22 milhões de empregos em 12 anos? Só com a economia crescendo”.
Por fim, o ex-presidente garantiu estar em boa forma para continuar ajudando o desenvolvimento político, econômico e social do Brasil. “A hora é de lutar. Hoje, eu corri 10 quilômetros. Se preparem! Ou a gente recupera a democracia nesse País, ou a economia não vai voltar a crescer. Nós, outra vez, vamos recuperar este País”.
Da Redação da Agência PT de Notícias