Foram às ruas bater panela e resultado foi Temer, ironiza Lula

Durante evento no RJ, ex-presidente disse que “os coxinhas agora estão com vergonha”. Ele saiu em defesa da Lei da Partilha do pré-sal e condenou Temer

Foto: Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta segunda-feira (6), do ato político “Se é Público é Para Todos”, reunindo intelectuais, movimentos sociais, sindicais e lideranças políticas em defesa de empresas públicas fortes e focadas no desenvolvimento do país.

Para o ex-presidente Lula, “os coxinhas estão com vergonha”. “Os coxinhas agora estão com vergonha porque foram para a rua bater panela e o resultado não foi um risoto, foi Temer. Os coxinhas sabem que o ministério de Temer é o ministério do (Eduardo) Cunha. Mas sempre haverá nesse País mais gente de cabeça erguida, decente, do que coxinhas.”

“Quero dizer a cada um de vocês: não pensem que eles vão destruir o que nós construímos”, garantiu Lula.

Durante o evento, o ex-presidente criticou duramente as iniciativas do golpista Michel Temer, inclusive a proibição da presidenta Dilma usar aviões da FAB.

“Temer deu um golpe. O Senado apenas o colocou como presidente interino. Ele não tinha o poder de fazer o que ele fez contra Dilma, ao tentar proibir ela viajar o país”, disse.

“Ele cortou até o almoço da Dilma. Amanhã vamos comer marmitex”, ironizou o ex-presidente.

Lula relembrou a importância da descoberta do pré-sal e da aprovação da lei da partilha, além da priorização ao conteúdo nacional para os investimentos da estatal. “Eu me orgulho de ter investido na indústria naval, de ser o presidente que mais investiu e visitou a Petrobrás.”

O ex-presidente também criticou Michel Temer, que “não deu um golpe só na democracia, mas também na decisão do Senado”, que o nomeou apenas interinamente para o cargo de presidente. “O ministério que está montado é o do Eduardo Cunha”, ressaltou Lula. O ex-presidente admitiu erros dos governos petistas, mas disse que quer que Dilma volte “exatamente para corrigir os erros que nós cometemos.”

Lula também defendeu o legado dos seus dois mandatos. “Eu sempre quis provar que um peão de quarto ano primário de escolaridade seria capaz. Que conseguiria pensar o Estado brasileiro politicamente melhor que toda a elite que governou esse país 500 anos. Eu queria provar que o pobre não era o problema, que era a solução desse país, à medida que a gente desse uma oportunidade”. Lula lembrou programas sociais como o Luz Para Todos, os subsídios do Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família. “Eu prefiro ser chamado de atrasado, mas eu quero garantir ao povo brasileiro as coisas elementares que todo o ser humano tem direito de ter.” Para ele “somente o estado, só a coisa pública, pode levar aquilo de qualidade que os ricos nunca levaram e nunca vão levar na casa do povo pobre.”

Lula também apontou que as empresas estatais e outras importantes instituições foram criadas há muito tempo. O Banco do Brasil foi criado em 1808, a Caixa também no século 19, o BNDES, a Petrobrás, o Basa e o BNB foram criados nas décadas de 40 e 50. E o Sistema Único de Saúde, o SUS, em 1988.

João Antônio de Moraes, da Federação Única dos Petroleiros (FUP) disse que a pressa do governo interino de privatizar é para “levar o povo trabalhador que ascendeu de volta para a senzala”. Para Moraes, se Lula não tivesse sido eleito em 2002 a Petrobrás não existiria mais. “Quando você chegou ao governo a Petrobrás gastava 100 milhões em pesquisa em desenvolvimento e hoje investe 1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento.”

O ex-presidente lembrou que o BNDES tinha só 30 bilhões de financiamento, e passou a ter mais de 200 bilhões de financiamento.Para Lula, “houve um tempo que a elite brasileira, incompetente para governar esse país, achava que tudo ia se resolver se a gente vendesse as empresas e desobrigasse os governos de governar.”

A campanha “Se é público é para todos”, é uma mobilização de diversos setores. Entre os pontos discutidos no encontro estão os projetos de lei que trazem ameaças às estatais e ao setor público de forma geral. Entre eles, o PLS 555, que transformaria as estatais em sociedades anônimas e traria a proibição de que representantes sindicais e/ou políticos participassem de seus conselhos. O projeto, que agora segue na Câmara dos Deputados como PL 4918, abre portas à privatização das empresas públicas.

*Do Instituto Lula, com informações de agências

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