Lula, Dilma e Gleisi criticam ataques ao Supremo
Ex-presidentes da República rechaçam escalada autoritária contra instituições democráticas. “É inadmissível”, diz Lula. “São intoleráveis”, completa Dilma. Gleisi refuta onda fascista, mas lembra que muitos se calaram quando caravana petista foi atacada com tiros
Publicado em
Os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff condenaram, nesta segunda-feira, 15 de junho, a onda de ataques desencadeada no final de semana por radicais da extrema-direita, seguidores do presidente Jair Bolsonaro, contra o Supremo Tribunal Federal, alvo de violência física.
A presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), lembrou que a violência política vem sendo empreendida desde 2018, quando a caravana de Lula foi ataca no sul do país, alvo de disparos por extremistas. E que ninguém foi punido até hoje.
“Condenamos o ataque fascista ao STF”, disse Gleisi. “Violência política tem de ser repudiada, punida, mas não foi quando deram tiros na caravana de Lula, jogaram bomba no instituto e atacaram a comitiva de Haddad em 2018. A condenação ilegal de Lula é violência política por meios judiciais. Que se punam todos”.
Pelas redes sociais, Lula também condenou o ataque à Suprema Corte. “Qualquer instituição que faz parte da garantia do funcionamento da democracia no nosso país precisa ser respeitada em sua plenitude”, lembrou. “É inadmissível a irresponsabilidade dessa manifestação agressiva contra o STF”.
Dilma: “Ataques recorrentes”
Dilma lamentou o clima de ódios político que se espalha pelo país, desde as eleições de 2014, na esteira da campanha eleitoral e do ódio anti-petista. “O Brasil vive um Estado de Exceção. Os ataques às instituições têm se tornado recorrentes. Mas são intoleráveis. Ainda mais daqueles que pregam o retorno à barbárie e aos tempos de arbítrio que esperávamos ver soterrados com a Constituição de 1988”, disse a ex-presidenta. “Todos devem obediência à Carta Magna. Ninguém está acima dela. Ataques ao STF e ao Congresso precisam ser respondidos nos termos da lei”.
O líder do PT no Senado, Rogério Carvalho (SE), se mostrou preocupado com a escalada autoritária do bolsonaro e manifestou solidariedade aos ministros do STF. Ele instou-os a não se intimidam pelos “ativistas do ódio” que querem destruir a democracia. “Crimes e ameaças autoritárias não são liberdade de expressão. A luta é contra o autoritarismo do Bolsonaro em defesa da democracia brasileira”, disse.
“Os atentados contra o STF e o Congresso Nacional, praticados por apoiadores de Bolsonaro, não mais se repetirão se e somente se, a ação for rechaçada à altura, com a responsabilização não apenas de quem cometeu os atos, mas, também, de quem apoia financeira e logisticamente”, defendeu o líder do PT na Câmara, Enio Verri (PR).
Da Redação