Lula exalta papel do Minha Casa, Minha Vida no desenvolvimento da construção civil

Presidente participou, nesta terça-feira (26), em Brasília, do 99º Encontro Nacional da Indústria de Construção, e destacou o setor habitacional como pilar do desenvolvimento no Brasil

Ricardo Stuckert

Lula durante abertura do 99º Encontro Nacional da Indústria de Construção, em Brasília. O evento foi organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)

O presidente Lula abriu, nesta terça-feira (26), o 99º Encontro Nacional da Indústria de Construção, em Brasília. O evento, organizado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), reúne representantes do setor, especialistas em sustentabilidade, inovação e mercado imobiliário, no Salão de Eventos da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Em seu discurso, Lula enfatizou a importância do diálogo com o setor empresarial e a necessidade de políticas públicas que impulsionem o desenvolvimento social e econômico do Brasil.

O presidente relembrou a criação do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), em 2009, e destacou os desafios enfrentados e as conquistas alcançadas.

Referência em políticas de habitação popular

O Minha Casa, Minha Vida é a maior referência em política de habitação popular no país.

“Eu queria desafiar a capacidade do governo, dos empresários e da engenharia brasileira. Por isso, quando me apresentaram um plano de 200 mil casas, achei aquilo ridículo. Depois, vieram com 500 mil casas, e eu disse: ‘Ainda é pouco’. Então, decidimos por 1 milhão de casas”, afirmou, citando discussões iniciais sobre o programa, que foi lançado, no ano passado, com uma meta ainda maior, de contratar 2 milhões de unidades habitacionais até 2026.

Ao refletir sobre as dificuldades iniciais do programa, Lula comentou: “O primeiro conjunto habitacional que inaugurei tinha qualidade muito ruim. Foi uma demonstração de desrespeito às pessoas humildes. Desde então, trabalhamos para garantir casas dignas, com cerâmica no piso, azulejos no banheiro e, mais tarde, varandas, porque pobre também gosta de viver com dignidade”.

Infraestrutura social e urbanística

O presidente alertou para a importância de oferecer mais do que moradias. “Entregar 3 mil casas sem um campo de futebol, escola ou área de lazer é condenar as pessoas a uma vida sem estrutura. Não se trata apenas de entregar residências; é necessário construir bairros com acesso à cultura, lazer e educação.”

Lula enfatizou o impacto social e econômico de projetos habitacionais amplos. “Além de reduzir o déficit habitacional, essas obras geram empregos, movimentam a economia e melhoram a qualidade de vida.”

O petista falou ainda sobre a realidade de milhões de brasileiros e brasileiras que vivem sem saneamento básico: “É inaceitável que 4 milhões de famílias neste país não tenham banheiro. Isso é uma questão de dignidade, não de gasto. O governo deve garantir condições básicas para a população, e isso inclui banheiros decentes. Vamos mobilizar a engenharia para resolver isso.”

Respeito e inclusão social

O presidente também reforçou o compromisso do seu governo com o respeito às populações vulneráveis. “Ser pobre já é difícil. O mínimo que podemos fazer é tratá-los com respeito. Eles merecem casas boas, com qualidade e infraestrutura adequada. Não queremos que as pessoas sejam estigmatizadas pela pobreza; queremos que tenham orgulho de onde vivem”, afirmou.

Além disso, Lula destacou a expansão do programa habitacional para atender diferentes faixas de renda: “Hoje, já alcançamos famílias que ganham até quatro salários mínimos. E queremos ir além, atender também a classe média, porque todos têm direito a uma moradia digna”.

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Ele frisou que a política habitacional precisa ser inclusiva, alcançando trabalhadores de diversas categorias, como bancários, metalúrgicos e pequenos empreendedores.

Parceria com setor empresarial

Lula elogiou o papel do setor empresarial na implementação do MCMV e chamou a atenção para a importância de colaboração e planejamento. “O governo pode ser o indutor, mas quem constrói, quem tem a experiência, são vocês, empresários e engenheiros. O sucesso do programa é resultado dessa parceria”, disse.

O petista também criticou a burocracia que, muitas vezes, atrasa obras e compromete resultados. “É preciso simplificar processos, garantir que os projetos avancem com rapidez e eficiência.”

Economia em alta

Ao falar sobre a conjuntura econômica, Lula celebrou a retomada do crescimento do país para o povo brasileiro.
“Estamos vivendo o menor índice de desemprego desde 2012, o maior crescimento da massa salarial desde 2014 e uma inflação controlada. Isso é reflexo de políticas consistentes e do esforço conjunto entre governo e iniciativa privada”, destacou.

Ele também fez questão de rebater os críticos. “Diziam que o Brasil não ia crescer, mas estamos superando as previsões. Cresceremos mais de 3% este ano, porque estamos trabalhando na macro, média e microeconomia.”

Apelo à civilidade

Encerrando sua participação, Lula fez um apelo para a sociedade à convivência respeitosa e democrática.
“Não precisamos gostar uns dos outros, mas temos que nos respeitar. O Brasil precisa de união para construir uma sociedade mais justa, democrática e civilizada”, declarou.

ENIC

O 99º ENIC é promovido pela CBIC, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi) e apoio institucional da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O evento tem como patrocinadores o Sienge, o Sistema Confea Crea Mútua, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

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Da Redação

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