Lula: Nenhum juiz tem o direito de contar mentiras a meu respeito

Na sexta-feira (11), o ex-presidente participou do ato em defesa do Estado Democrático de Direito, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Ricardo Stuckert

Em evento no Rio de Janeiro, Lula criticou a subordinação da Justiça à opinião pública e disse que a prática é um "crime grave contra o processo democrático"

Durante o ato em defesa do Estado Democrático de Direito, realizado na noite desta sexta-feira (11), na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a subordinação da Justiça à opinião pública e disse que a prática é um crime grave contra o processo democrático.

“Se um juiz quer votar de acordo com a opinião pública, que ele mesmo está ajudando a construir por meio da imprensa, pois então que largue a sua toga e vá ser deputado estadual ou federal”, disse Lula.

Segundo o ex-presidente, a única coisa que deve permear a decisão de juiz são os autos do processo, e não os interesses políticos. “Nenhum réu pode estar acima da lei, mas também nenhum juiz está acima da lei”.

Ao lado da presidenta eleita Dilma Rousseff, além de advogados, professores e estudantes da UFRJ, Lula afirmou que, caso volte à Presidência da República, irá fazer a regulação da mídia no país. “Eles têm que trabalhar muito para não deixar que eu volte a ser candidato. Porque se eu for candidato, vou ganhar e fazer a regulação dos meios de comunicação no Brasil”.

Para o ex-presidente, nenhum cidadão, mesmo sendo um juiz, tem o direito de contar mentiras a seu respeito. “Que direito tem um juiz de contar uma mentira e dizer que eu roubei? Se eles têm coragem de dizer que eu roubei, eu tenho coragem de dizer que eles talvez tenham feito coisa pior”, argumentou Lula. “Se o Ministério Público e a Polícia Federal provarem um real meu que não tenha sido ganho honestamente, eu volto aqui e peço desculpas. Tenho consciência que o juiz Sérgio Moro não é mais honesto que eu. Eu não tenho que provar minha inocência, eles é que têm que provar a minha culpa”, completou.

A ex-presidenta Dilma Rousseff saiu em defesa de Lula e lembrou que o Golpe no Brasil não começou no dia 17 de abril e, sim, quando o PT derrubou o projeto neoliberal nas eleições. “Essa denúncia se dá pelos nossos acertos e não pelos nossos erros. Não há prova, não há indícios e não há base de sustentação na denúncia contra o ex-presidente. Lula é inocente”, disse a presidenta eleita.

Conquistas

Lula lembrou ainda as mudanças e conquistas sociais nos últimos 13 anos e disse que a elite não perdoa ao ver o pobre subindo um degrau na escala social. “O que eles não se conformam é que a gente criou um programa chamado Minha Casa, Minha Vida e deu casa própria para o povo. Eles não se conformam que nós criamos o ProUni e colocamos mais de 2 milhões de jovens na universidade. O que eles não se conformam é que nós colocamos o jovem pobre para estudar. Querem nos condenar porque fizemos 472 escolas técnicas enquanto eles só fizeram 140”, lembra o ex-presidente.

Veja o ato em defesa do Estado Democrático de Direito na íntegra:

*Do Lula.com.br

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