Lula: “Somos da paz, mas se derem tapa a gente não vai aceitar”

Recebido por multidão no coração de Florianópolis, ex-presidente refuta a violência e diz que adversários precisam aprender a viver democraticamente

Ricardo Stuckert

Lula no coração de Florianópolis na tarde de sábado (24 de março)

Aos gritos de “Lula Guerreiro, do povo brasileiro“, o ex-presidente teve recepção à altura dos 30ºC registrados no início da tarde deste sábado (24) no Largo da Alfândega, no coração de Florianópolis. No local, milhares de pessoas o aguardavam para a segunda agenda no estado de Santa Catarina da caravana Lula pelo Brasil.

Mesmo com a voz rouca e o cansaço após seguidos encontros históricos desde o início da semana, Lula tem mostrado disposição e força para seguir no combate aos ataques fascistas registrados nos últimos dias e também para prestar contas aos que reconhecem o legado deixado por ele em detrimento aos que o condenam por ter incluído os pobres no orçamento da nação.

“Eu deixei a presidência com 87% de aprovação, 10% de regular e 3%  de ruim ou péssimo. Mas eu não posso aceitar que neste país prevaleça a mentira. Esse processo é contra o nosso governo, é contra o que fizemos de inclusão social, em transformar o país em protagonista internacional, é aquilo que fizemos para incluir meninos e meninas, jovens, negros, índios nas universidades brasileiras”. 

Lula esteve no largo da Catedral no centro de Florianópolis no sábado (24 de março)

Ainda sob intensas manifestações de apoio da multidão, Lula deixou claro que não abaixará a cabeça aos que tentam ligá-lo a mentiras. “Eu aprendi com pai e mãe a ter caráter e a ter honra. Eles estão mexendo com um político que tem honra. Eles estão acostumados a mexer com políticos que se escondem, mas eu vou lutar e vou provar que eles estão errados e se estão errados não podem estar onde estão”.

“Eles não admitem o Obama ter me chamado de “o cara”, logo eu que não falava inglês, logo eu que não tinha diploma universitário.  Eles não suportam o fato de eu ser o brasileiro com mais títulos Honoris Causa. Eles não suportam o fato de nós termos feito pela primeira vez o pobre ter subido um degrau na escada da senzala”. 

Aos que pregam a guerra, Lula, com os olhos voltados a cada um dos presentes no largo, é incisivo. “O Lulinha paz e amor vai voltar. Este país vai voltar a ser governado para os mais pobres. Embora eu seja  filho de um nordestino pobre eu gosto de respeitar e ser respeitado”.

“Vocês se preparem que este ano vai ser um ano duro. Tem gente organizado como se fossem paramilitares. Eu queria dizer que a gente é da paz. É só olhar para a cara de vocês. Nós somos da paz, mas se derem um tapa na nossa cara a gente não vai virar do outro lado. A gente vai retribuir até eles aprenderem a viver democraticamente.”

Antes de finalizar a sua fala, o ex-presidente ainda desafiou a provarem a sua culpa e colocou a sua idoneidade à prova diante de seus acusadores. Eu não sei quantos políticos aguentariam as porradas que eu tenho levado. Eles entraram na minha casa. Entraram na casa do meu filho. Não acharam nada na minha casa. Eu desafio a eles provarem que são mais honestos que eu. Eu demorei muito tempo para andar de cabeça erguida e não vou abaixar mais.”

Lula pelo Brasil

A viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos estados do Sul do país, em março, é a quarta etapa de um projeto que deve alcançar todas as regiões do país nos meses seguintes. No segundo semestre de 2017, Lula percorreu todos os estados do nordeste, o norte de Minas Gerais, o Espírito Santo e o Rio de Janeiro.

O projeto Lula Pelo Brasil é uma iniciativa do PT com o objetivo de perscrutar a realidade brasileira, no contexto das grandes transformações pelas quais o país passou nos governos do PT e o deliberado desmonte dos programas e políticas públicas de desenvolvimento e inclusão social, que vem sendo operado pelo governo golpista.

Da Redação da Agência PT de Notícias, enviada especial ao RS

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast