Luta contra o golpe continua nas ruas e no Senado, diz Guimarães

Em entrevista coletiva ao fim da votação do impeachment, líder do governo reconheceu derrota, mas garantiu que a luta contra o golpe ainda não acabou

Brasília - Deputado José Guimarães, líder do governo na Câmara, fala à imprensa sobre a pauta de votação da Casa (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), agradeceu aos votos dos “democratas” que se posicionaram contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff neste domingo (17). Em entrevista coletiva ao fim da votação na Casa, ele garantiu, no entanto, que a luta continua. 

“Todos deram uma bela demonstração de compromisso com a legalidade e com a democracia brasileira. Nós perdemos porque os golpistas foram mais fortes, comandados por Eduardo cunha. Como nós não somos golpistas, a melhor forma é dizer que estamos firmes e esse país vai se levantar contra os golpistas que não tem voto, nem condições de comandar o Brasil”, disse.

Na avaliação de Guimarães, o momento é de mobilização social e de luta contra o golpe. “Em um momento como esse nós temos de ter tranquilidade, humildade, falar com o país que os golpistas venceram na Câmara, mas a luta continua nas ruas e no Senado. Nós vamos fazer um processo de mobilização social grande e dialogar com o Senado”, explicou.

Para ele, o Senado pode “corrigir” a iniciativa dos golpistas, que “foi capitaneada por aqueles que não têm autoridade moral para falar em ética”. 

“Nós estamos tranquilos, o governo de Dilma, ao reconhecer essa derrota provisória. Não significa dizer que a luta terminou, a guerra não terminou”, afirmou o líder.

Ainda segundo Guimarães, a expectativa é que o Brasil se levante contra o golpe. “Não vamos recuar e nem nos deixar abater por essa derrota momentânea. Há campo político para a disputa, e as ruas eu acredito que nós temos condições de virar o jogo no Senado”. 

“Não é possível aprovar impedimento de uma presidenta que não cometeu nenhum crime. Essa é uma agressão a legalidade democrática, a Constituição, é um desrespeito aos 54 milhões de brasileiros que votaram na presidenta”. 

Durante a entrevista, o líder fez questão de reforçar que a luta contra o golpe não acabou. “Será uma guerra lenta, gradual, segura e prolongada que nós vamos fazer, até porque o vice (Michel Temer) não reúne a menor condição de governar o país”.

Questionado sobre uma possível ida à Justiça contra o impeachment, o líder explicou que qualquer iniciativa deste porte deverá ser conduzida pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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