Marcelo Bastos: O início da ditadura dos fascistas no Brasil

A assinatura do Decreto Presidencial 821/2017 coloca de forma clara a intensão dos golpistas em aprofundar o golpe

Lula Marques/Agência PT
Tribuna de Debates do PT

Temer baixou decreto e colocou Força Armada nas ruas de Brasília

Não serei eu a gritar por eleições diretas, não farei isso hoje e desde já afirmo que as eleições diretas não serão soluções para as crises política e econômica que o país atravessa, pois a relação de crise não é com o modelo de institucionalidade existente, pois esse sistema está a serviço dos donos do Brasil!

As eleições Gerais ouvida nos gritos e faixa dos manifestantes e da maioria dos grupos políticos são na verdade um grande engodo, por que não é uma medida prevista na Constituição, calma companheiros e companheiras, não virei legalista e nem institucional demais, mas apenas constato que os partidos de esquerda, não têm mais o menor cacoete de luta política, e limita-se a seguir as ordens impostas nas leis e na ordem pública.

Contudo a luta política próxima, sim essa que teve mais um capítulo nesse dia 24 de maio que passou, representa dois momentos bem difusos e complexos, mas que precisa ser analisado com maior transparência, por que os partidos de esquerda têm mentindo a seus militantes, entre eles o PSOL, o PSTU e o PCO.

Seja como for, ontem com a assinatura do Decreto Presidencial 821/2017 coloca de forma clara a intensão dos golpistas em aprofundar o golpe, de ir até as últimas consequências, e o vai e vem de diferentes setores, seja eles da esquerda, da Frente Popular ou da Extrema Direita só reforça a ideia que ainda não temos um campo hegemônico que possa dar linha e direção para saída dessa crise.

Vou repetir esse último paragrafo para esclarecer de uma vez por todas, nem a esquerda ou mesmo a Frente Popular consegue ter maioria, seja no Congresso ou na opinião pública para conquistar uma posição política de maioria e assim dar rumo para sair dessa crise. Por outro lado, a direita também não tem essa unidade, e esse contexto indica que haverá uma saída negociada para crise!

Mas essa saída dependerá do afastamento de Temer, mas nosso golpista ainda tem armas na manga, um deles foi o decreto, pois utilizou de uma manobra e da falta de organização dos setores da esquerda e da frente popular para poder construir mecanismo de proteção que vão além dos seus limites constitucionais, e tenho a compreensão que eles vão se utilizar quando e onde quiserem, mas o problema é o sinal que isso passa para a extrema direita, ele se coloca, não mais como um constitucionalista, mas agora ele é a opção dos fascistas e deixa claro que ele não medirá consequências para se manter no poder.

E com a ausência de uma direção verdadeira que indica o caminho da luta para as massas, que são utilizadas apenas como massa de manobra da esquerda e da frente popular, não posso prever outra saída que não seja trágica para essa realidade!

Como o jogo ainda não está decidido nem para um lado e nem para o outro a crise deve entrar em uma fase mais aguda, se por um lado Temer agora tem seus pecados revelados e investigados, por outro Lula e o PT tem maiores chances de serem presos e colocados na clandestinidade, o que começaria uma caça a toda esquerda e a frente popular.

Obviamente que os cenários que se avizinham não são os mais otimistas, e já prevendo essa realidade os setores da Frente Popular devem construir uma nova maioria no Congresso para que em uma eleição indireta se elege um governo de coalizão que possa cumprir o mandato de Dilma/Temer ate as eleições para o ano que vem, mantendo assim a ordem constitucional.

Lembrando que esse segundo cenário dependerá do afastamento de Temer, que hoje contra si tem inúmeros processos, e alguns em estado bem avançado de cassação como é o caso do TJE, mas percebo que a aceitação de abertura de processo de impedimento de Temer é ainda o caminho mais curto e rápido para que seja dada a pá de cal nesse governo golpista.

Deve-se ainda lembrar que em todos os cenários até aqui comentados, as reformas continuarão, e seja como for, a derrota que os trabalhadores tiveram até aqui significaram sim enormes prejuízos para suas condições de vida e de classe.

Resta-nos apostar nossas fichas em novas mobilizações que pensem em ultrapassar o pensamento burguês de eleições e que possamos construir a partir das mobilizações organizações de base, com democracia operária como mecanismo de poder dual, onde as decisões possam ser compartilhadas e assumidas por todos, como forma de superação das diferenças ideológicas, mas acima de tudo que seja um laboratório de uma nova direção e de uma nova organização política e de um novo estado, vamos a luta!

Por Marcelo Bastos, membro do diretório do PT do Pará e ativista social, para a Tribuna de Debates do 6º Congresso. Saiba como participar.

ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do PT são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores

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