Militantes de países da África e Europa visitam Vigília e enviam carta a Lula
Grupo faz parte da primeira turma do Curso de Teoria Política em Língua Francesa da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF)
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A Vigília Lula Livre, em Curitiba, recebeu na última sexta-feira (7) cerca de 20 militantes de organizações da África e da Europa, vindos de nove países: França, Marrocos, Argélia, Haiti, País Basco, Senegal, Tunísia, Mauritânia e Benin. O grupo faz parte da primeira turma do Curso de Teoria Política em Língua Francesa da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), localizada em Guararema (SP).
Os educandos enviaram uma carta ao ex-presidente Lula em que classificam o líder brasileiro com “militante pela liberdade, dignidade e pela justiça social”. “Caro camarada, a história te absolverá e o presente não tolera a injustiça e o complô do qual você é vítima. Você é uma ideia e as ideias não morrem jamais, elas são imortais. Você é um homem livre e o continuará sendo mesmo atrás das grades. Nossas melhores saudações revolucionárias, militantes e internacionalistas”, diz o documento.
Em uma roda de conversa realizada na Vigília Lula Livre, os militantes contaram sobre a realidade de seus países e as formas de organização da classe trabalhadora. Em comum, as falas frisaram a importância da mobilização pela pauta pela liberdade de Lula, e enfatizaram que é trata-se de um líder internacional e símbolo da luta de todos os povos.
O francês Bruno Pereira Vaz, militante do movimento “Coletes Amarelos”, criado há 7 meses em oposição às políticas ultraliberais do presidente da França Emmanuel Macron, classifica a prisão de Lula como uma injustiça que poderia ter acontecido com outras lideranças políticas: “Eu estou aqui para representar os Coletes Amarelos na sua expressão de solidariedade ao companheiro Lula, que nós consideramos ser um dos nossos, um irmão da nossa luta que se situa na continuação da luta do companheiro Lula. […] É com muita emoção que estamos aqui, porque nos reconhecemos muito nesse companheiro”.
Intercâmbio
A turma da ENFF é formada por 35 pessoas de nove países, representado a maior parte dos país africanos e europeus de língua francesa. São 33 diferentes organizações, entre Organizações Não Governamentais (ONGs), partidos, sindicatos e associações.
O grupo que esteve na Vigília Lula Livre seguiu por mais dois dias de visita ao assentamento Contestado, no município da Lapa – Região Metropolitana de Curitiba. Lá os educandos puderam conhecer a experiência de produção agroecológica, o Centro Casarão Cultural e as experiências de formação organizadas pela Escola Latino Americana de Agroecologia. A outra parte da turma foi direto para o Norte do Paraná, em Porecatu, conhecer a luta do acampamento Fidel Castro. O encontro ficou marcado pela troca de experiências entre acampados e educandos.
Confira a íntegra da carta enviada a Lula
Camarada Lula;
Nós, organizações de dinâmicas sociais autônomas, a sociedade civil, sindicatos e partidos revolucionários de diferentes países do mundo (Argélia, Benin, França, Haiti, França, Mauritânia, País Basco Senegal e Tunísia), reunidos na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), de Guararema (SP), para participar do primeiro Curso de Teoria Política em Língua Francesa, declaramos nosso apoio incontestável, sincero e fraternal a seu percurso militante pela liberdade, dignidade e pela justiça social.
Nossa solidariedade é completa. Saiba, camarada, que teu combate é o nosso. Ele é cotidiano e onipresente nas nossas lutas de todos os dias.
Nós somos os dignos embaixadores do seu combate.
Você é daqueles que são livres e que não têm medo de nada.
Você é um segredo que não morrerá jamais.
Você é a voz daqueles que se recusam a ceder.
Caro camarada, a história te absolverá e o presente não tolera a injustiça e o complô do qual você é vítima.
Você é uma ideia e as ideias não morrem jamais, elas são imortais.
Você é um homem livre e o continuará sendo mesmo atrás das grades.
Nossas melhores saudações revolucionárias, militantes e internacionalistas.
Não à repressão dos presos políticos e pela liberdade de expressão.
Não à injustiça.
Guararema, 5 de junho de 2019
Turma Chokri Belaïd
Por MST