Militantes lançam carta aberta em solidariedade a Gilberto Carvalho
Segundo o documento, a tentativa de vincular o ex-ministro e sua família aos esquemas de corrupção investigados no âmbito da Operação Zelotes não tem fundamento na realidade
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Em solidariedade ao ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, militantes, amigos e colegas que trabalharam com o petista divulgaram carta aberta, nesta quinta-feira (29).
Carvalho teve seu nome citado na Operação Zelotes e investigadores da Receita Federal pediram a quebra dos sigilos fiscal e bancário dele e dos seus filhos.
“Constitui-se em ameaça ao Estado Democrático e de Direito, neste sentido, que este conhecido militante da democracia sofra da violência política, promovida ou com a anuência de agentes públicos (setores do Ministério Público, Polícia Federal e Judiciário)”, afirma a carta.
Segundo o documento, tais setores procuram atingi-lo até a partir da intimidação de sua família e que o pedido de investigação não tem “fundamento na realidade, antes sim em notícias das empresas de mídia sabidamente partidárias, que incentivam diuturnamente o ódio político, disfarçado de combate à corrupção”.
A carta aberta acrescenta, ainda, que a vinculação do nome de Carvalho é tentativa de “atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff, mas também para tentar desmoralizar um militante da transformação social, para que sirva de exemplo aos demais”.
O ex-ministro emitiu nota, na última quarta-feira (29), em que reitera sua indignação com a veiculação do seu nome ao caso e desafia quem quer que seja a provar que ele tenha recebido recursos ilicitamente no período em que trabalhou no Palácio do Planalto.
Leia abaixo a carta aberta na íntegra:
Carta de Apoio ao companheiro Gilberto Carvalho
#SomosTodosGilbertoCarvalho
#EuApoioGilberto
“Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer”
(Chico Buarque, 1977)
A luta pela transformação social por meio da construção da democracia – com a ampliação de direitos a todas e todos os cidadãos, a construção de instituições republicanas, a liberdade de expressão, conforme a Constituição Cidadã de 1988 –, sempre teve em Gilberto Carvalho um de seus maiores militantes. Temos orgulho, portanto, de sermos companheiras e companheiros de Gilberto nesta luta.
Em 12 anos, tanto na chefia de gabinete do presidente Lula, quanto no ministério da presidenta Dilma, manteve-se referência dos movimentos sociais, procurando intermediar as pautas construídas nos espaços públicos e na discussão com toda a sociedade, fortalecendo os instrumentos para o debate democrático nacional. Tem trajetória irretocável, desde a década de 1970, nas Comunidades Eclesiais de Base, enquanto militante em defesa dos direitos humanos, olhando especialmente os/as desvalidos/as, historicamente discriminados/as, racializados/as e excluídos/as. Pobres, sem-terra, negras/os, mulheres, LGBTs, indígenas que apesar dos muitos avanços desde a Constituição de 1988 ainda sofrem com o desrespeito aos seus direitos fundamentais – cotidianamente afrontados pelo dispositivo midiático empresarial, pela direita oposicionista (no parlamento e na sociedade civil) e parte do sistema de justiça. Gilberto Carvalho sempre se colocou como um aliado destes segmentos marginalizados e de suas organizações.
Constitui-se em ameaça ao Estado Democrático e de Direito, neste sentido, que este conhecido militante da democracia sofra da violência política, promovida ou com a anuência de agentes públicos (setores do Ministério Público, Polícia Federal e Judiciário). Tais setores procuram atingi-lo até a partir da intimidação de sua família (diretamente seus filhos e filha adultos), com base em pedido de investigação sem fundamento na realidade, antes sim em notícias das empresas de mídia sabidamente partidárias, que incentivam diuturnamente o ódio político, disfarçado de “combate à corrupção”. Expõem sua família, antes de tudo, ao tribunal midiático, à violência moral. Tudo isso, mais uma vez, para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff, mas também para tentar desmoralizar um militante da transformação social, para que sirva de exemplo aos demais. Assim querem nos dizer: “não se insurjam contra a injustiça e a desigualdade, pois pagarão caro”. Não baixamos a cabeça para a tentativa de manchar a dignidade de Gilberto e sua família e respondemos: não passarão!
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Da Redação da Agência PT de Notícias