Molon: “Impeachment não poderia ser conduzido por um réu no STF”
Deputado lembrou que já se completaram 187 dias desde que foi aberto um processo contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética
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Líder da REDE na Câmara dos Deputados, Alessandro Molon (RJ) liberou a bancada de seu partido para votar com sua consciência neste domingo (17), mas revelou ser contra o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, especialmente por ser conduzido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Essse processo, por sua gravidade, não poderia jamais ser presidido por um réu no STF, o deputado Eduardo Cunha. Réu em um processo por corrupção”, afirmou. “Esse processo tem a ver com uma chantagem não atendida que levou a uma vingança.”
Molon lembrou que já se completaram 187 dias desde que foi aberto um processo contra Cunha no Conselho de Ética e que o presidente da Câmara já fez inúmeras manobras para retardar o andamento do caso.
“Já trocou relator, fez abertura da ordem do dia fora do regimento, sabotou o depoimento de testemunha, mudou o regimento para mudar composição do Conselho de Ética. Tudo para evitar que fosse cassado”, afirmou Molon. “Essas coisas estarão diretamente ligadas. E as senhoras e senhores que estão em casa terão certeza disso quando ele não for cassado. É isso que está sendo preparado nesta casa. Há quem apoiam esse processo para que a Lava Jato seja parada.”
De acordo com o líder da REDE, é preciso respeitar a voz das urnas que elegeu Dilma por 54 milhões de votos e a troca de um presidente só poderia ser feita com um crime de responsabilidade “que não se comprovou”.
“A medida mais grave numa democracia é desfazer a decisão do eleitor”, afirmou o deputado.
“Isso pode ser feito, mas apenas em situações extremamente excepcionais. Não é esse o caso. Não há qualquer crime por parte da presidenta. Portanto, o que está em jogo não é defender um governo, é defender a demcoracia e o direito do povo brasileiro escolher quem vai governá-lo. Não esta Casa. Infelizmente, o que move este processo não é por qual porta se quer entrar no Palácio do Planalto: se é pela porta da frente ou pela porta dos fundos como traidores da democracia.”
Da Redação da Agência PT de Notícias