Monica Valente avalia processo de paz na Colômbia no Foro de SP

Secretária executiva do Foro de São Paulo apresentou recomendações após Missão de Observação Política do processo de paz

Débora Baldin

Mônica Valente fala do processo de paz na Colômbia no Foro de São Paulo

A Secretária Executiva do Foro de São Paulo e Secretária Nacional de Relações Internacionais do PT, Monica Valente, apresentou nesta terça-feira, o resultado da Missão de Observação Política (MOP) do Foro de São Paulo, realizada na Colômbia entre os dias 18 e 22 de maio. Ela falou durante o 23º Encontro do Foro, que ocorre na Nicarágua.

Confira a íntegra da fala de Monica Valente no Foro de São Paulo:

“A partir das reuniões realizadas com o governo colombiano, organizações sociais e políticas, a missão das Nações Unidas na Colômbia e os guerrilheiros e guerrilheiras localizados na Colômbia, na Zona de Normalização Transitória Mariana Paez, localizada no oriente do país, foi possível compreender com maior profundidade o estado do processo de paz, seus acertos, inconvenientes e desafios, o que permitiu assinalar as seguintes preocupações:

As dificuldades na implementação o acordo final, agravadas pela falha da Corte Constitucional, que gera incerteza entre as partes e a sociedade civil, havendo instabilidade política e jurídica.

As precárias condições em que se encontram az zonas transitórias de transição, onde os guerrilheiros e guerrilheiras vivem seu processo de reincorporação política, social e econômica.

O assassinato de líderes e lideranças sociais, reclamantes de terras, defensores e defensoras de direitos humanos, ativistas pela paz, e integrantes e familiares das FARC-EP.

Essa primeira visita nos permite ratificar o compromisso das organizações membro do Foro de SP com a paz de Colômbia a partir do seguimento dos acordos de Havana, do respaldo da transformação das FARC-EP em partido político, o acompanhamento entre o governo colombiano e ELN, a denúncia e visibilização da situação de violação aos direitos humanos de líderes e lideranças sociais e políticas, porque a paz de Colômbia aporta o sonho latino-americano de fazer nossa região zona de paz.

A partir dos cinco dias de trabalho intenso e das reuniões realizadas, se propõe as seguintes iniciativas para se impulsionar desde o Foro de São Paulo:

  • Fazer chegar ao Subcomitê das Nações Unidas de Prevenção da Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes e solicitar que se tome medidas por estarem privados das condições elementares os que estão detidos, que não tem visitas, água potável, saúde, roupa, nem comunicação, nem atividades de reincorporação;
  • Fazer a campanha pela liberdade dos prisioneiros políticos;
  • Ratificar o compromisso dessa missão para chegar ao compromisso estabelecido de facilitar as condições de transformação das FARC-EP em novo partido;
  • Solicitar que os países que integram o Foro de São Paulo, que constituam um Foro de amizade em seus parlamentos pela paz na Colômbia e que declarem em seus respectivos parlamentos a solicitação de cumprimento efetivo da implementação que tenha que ser ao menos discutida;
  • Pensar uma agenda de meios que permita visibilizar a missão de observação política;
  • Falar com o Papa antes de sua visita em setembro para que seja decisiva sua visita para o processo de paz;
  • Convidar e sugerir que o partido da esquerda Europeia mantenha sua participação nessa missão política do Foro de São Paulo;
  • Fazer uma Campanha de Solidariedade;
  • Fazer campanha pela Paz que desvirtue o conceito de que guerrilheiros tem condições de vida melhor que os trabalhadores;
  • Falar com a Comissão Interamericana, a Cruz Vermelha e a Anistia Internacional para enviar informes e que façam observações;
  • Fazer carta modelo adjunta a declaração política para radicar nas embaixadas e consulados colombianos;
  • Conhecer o estado de todas as Zonas de Normalização Transitória para visibilizar e difundir fotos;
  • Promover delegação de congressistas parlamentares que com seus homólogos de Colômbia deem seguimento das leis que requerem a implementação do acordo”.

Da Redação da Agência PT de notícias

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