MST comemora 3 anos de luta e resistência em Quedas do Iguaçu
Símbolo da luta pela reforma agrária e contra a grilagem no PR, acampamento Dom Tomás Balduíno foi palco de uma festa para mais de 10 mil pessoas
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Hoje é dia de festa para os integrantes e amigos do MST. O movimento celebra neste sábado (7) os três anos do acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu (PR). Mais de dez mil pessoas participaram do evento, que contou com a presença do Frei José Fernandes, do senador Roberto Requião, João Pedro Stédile e da senadora e presidenta nacional do PT Gleisi Hoffmann.
Em discurso aos trabalhadores, ela fez um agradecimento especial às mulheres. Grandes responsáveis pela realização do evento, que passaram mais de um ano aguerridas nos preparativos. E agradeceu a resistência de toda a comunidade, símbolo da luta pela reforma agrária no estado do Paraná.
A presidenta também lembrou com pesar do evento trágico que marcou os primeiros meses do acampamento. “Há três anos eu participava com vocês, lá na praça em Quedas do Iguaçu. Chorava com tristeza a morte de dois companheiros, do Leonir e do Vilmar, companheiros que tombaram nessa luta.”
Em outubro de 2016, trabalhadores rurais sem terra que circulavam próximo ao acampamento foram surpreendidos por um ataque promovido pela Polícia Militar do Paraná e seguranças da Araupel, cujo questionamento da posse da terra grilada ainda corre na justiça. A ofensiva terminou na morte de Vilmar Bordim e Leonir Orback. Outros sete trabalhadores ficaram gravemente feridos.
“Mas eu sentia que cada um, que cada uma que tava lá tinha determinação, tinha coragem e posicionamento. Que eu acho que são as três características essenciais pra gente enfrentar a vida e fazer com que a luta valha a pena, que a gente tenha o retorno dela. E foi graças a estas três características que a gente tem o acampamento aqui”, completou.
Gleisi também fez questão de relembrar que a luta incansável dos homens e mulheres que fazem o acampamento foi essencial para a conquista do direito àquela terra. “Mais do que isso, enfrentamos e vocês enfrentaram a Araupel, enfrentaram muitas vezes os poderosos, pagaram com a vida de companheiros. Mas hoje o acampamento é uma realidade. Assim como outros assentamentos da região. Vocês mostraram que a reforma agrária é possível, é viável, é necessária para o desenvolvimento. Ou eles achavam que a Araupel trazia mais desenvolvimento dessa região do que as centenas, milhares de famílias que estão aqui acampadas, produzindo alimentos que vai para a mesa do brasileiro?”
A luta continua
A luta pela reforma agrária está em risco e ainda há muito o que fazer para garantir a todos as famílias que lutam por um pedaço de terra o direito de produzir. É parte de um crise mais ampla e que traz ‘à reboque o desemprego, fim das políticas públicas no campo e na cidade, falta de verba para a saúde e até a volta do sarampo em várias regiões do Brasil.
Daí a importância de lutar para que o presidente que mais fez pelo movimento, preso injustamente há 90 dias, possa governar mais uma vez.
“A única condição que nós temos de enfrentar essa luta é fazer com que aquele que governou por oito anos e fez sua sucessora, que representou um governo democrático e popular, de acesso e de conquistas. O nosso companheiro Lula, possa ser candidato da República e possa governar de novo o Brasil”, completou.
Assista:
|| 3 anos de luta e resistência ||"A luta agora passa por um momento decisivo. Essa eleição vai ser determinante pra gente resolver os problemas do Brasil. […] Eles não prendem o Lula por que acham que ele comentou crime. É por que ele representa o povo e vai ganhar a eleição", confira a fala de Gleisi Hoffmann, senadora e presidenta do PT, durante o ato político que comemora os três anos de luta e resistência do Acampamento Dom Tomás Balduíno, no Paraná.
Publicado por MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Sábado, 7 de julho de 2018
Da Redação Agência PT de Notícias