Na Colômbia, ministra Cida troca informações sobre políticas de cuidado

Para a ministra das Mulheres, é importante conhecer outras experiências, especialmente na América Latina; tema integra agenda do Ministério das Mulheres

Cláudio Kbene/PR

Comitiva brasileira durante agenda na Colômbia

Como parte da estratégia do Ministério das Mulheres para ampliar o conhecimento sobre novas práticas relacionadas às políticas públicas de cuidado, a ministra da pasta, Cida Gonçalves, integrou a comitiva presidencial  que esteve esta semana na Colômbia, na capital Bogotá, para conhecer  uma das “Manzana del Cuidado”, em Teusaquillo.

Segundo explica o MMulheres, as “manzanas”, ou quarteirões de cuidados, funcionam como centros de ajuda, educação e entretenimento, e oferecem diversos serviços gratuitos para mulheres e seus familiares, para que possam dar continuidade a projetos interrompidos em razão da sobrecarga dos trabalhos. Um dos objetivos do local é reduzir o tempo que as pessoas dedicam ao cuidado de seus entes queridos, permitindo-lhes desfrutar de mais tempo livre e melhorar sua qualidade de vida. 

“Enquanto o Brasil se fortalece no debate sobre o trabalho do cuidado, é muito relevante que as pessoas possam conhecer outras experiências pelo mundo, especialmente na América Latina. A Colômbia está avançada tanto no apoio às mulheres sobrecarregadas com o trabalho não remunerado quanto com a formação da sociedade sobre o assunto (mulheres e homens) e na assistência aos grupos que mais ocorrem de cuidados, como crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência”, afirmou a ministra Cida Gonçalves.

Esses quarteirões fazem parte do Sistema Distrital de Cuidado colombiano, que oferece ainda o Ônibus do Cuidado e Assistência Casa a Casa. Juntos, concentramos infraestrutura e serviços para atender, de maneira próxima e simultânea, às cuidadoras e suas famílias. Procure também garantir que o trabalho de assistência não remunerado seja distribuído de forma justa. Ao todo, são 23 Quarteirões de Cuidados na cidade de Bogotá. 

O Ministério das Mulheres passou o ano de 2023 realizando  uma série de encontros e debates com o objetivo de reunir propostas para a construção de uma Política Nacional de Cuidados, que devem ser apresentadas nos próximos meses. Portanto, uma troca de conhecimentos é fundamental para que o governo brasileiro possa ampliar as diferenças formas e estratégias que podem ser utilizadas quando se fala em trabalho de cuidado e como minimizar o impacto dele na vida das mulheres. 

A visita foi acompanhada pela primeira-dama e socióloga, Janja Lula da Silva, e pelos ministros do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, e dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Com posto ainda a comitiva a secretária Nacional de Autonomia Econômica e Política de Cuidados do MMulheres, Rosane Silva, e a secretária Nacional de Cuidados e Família do MDS, Laís Abramo.

A secretária de Mulheres de Bogotá, Laura Tami, afirmou que essa foi uma política construída com forte participação da sociedade civil e dos movimentos sociais. “As mulheres mais atendidas são as idosas. Elas se mostram como o que mais precisa, que é a parcela da população mais necessitada”, declarou. Tami reforçou números da Colômbia que comprovam que as mulheres são as principais sobrecarregadas com o trabalho do cuidado.

Ainda de acordo com os MMulheres, na capital colombiana 1,2 milhão de mulheres dedicam a maior parte do seu tempo a cuidados não remunerados – cerca de 7 horas do seu dia. 20% dessas mulheres têm enfermidades crônicas, 33% não contam com tempo livre e 70% têm apenas o nível médio. Do total, 90% dessas mulheres são de baixa renda. Os centros oferecem também formação para o ensino secundário, cursos de informática, de linguagem de sinal e de tecnologias da informação e da comunicação. 

Da Redação Elas por Elas, com informações do Ministério das Mulheres

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