“Não aceitamos interferência”, diz Lula sobre ataque de Donald Trump

Por meio de uma rede social, Donald Trump ataca soberania brasileira ao defender Bolsonaro e aliados golpistas. Humberto Costa diz que Trump deveria cuidar dos assuntos de seu próprio país

Ricardo Stuckert/PR

Presidente Lula defendeu a soberania brasileira e destacou que as instituições nacionais são sólidas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da democracia nesta segunda-feira (07). Em uma mensagem publicada nas redes sociais, o chefe do Executivo destacou que “possuímos instituições sólidas e independentes”. A declaração ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sair em defesa de Jair Bolsonaro e de seus aliados golpistas.

“A defesa da democracia no Brasil é um tema que compete aos brasileiros. Somos um país soberano. Não aceitamos interferência ou tutela de quem quer que seja. Possuímos instituições sólidas e independentes. Ninguém está acima da lei. Sobretudo, os que atentam contra a liberdade e o estado de direito”, escreveu o presidente Lula, em resposta a Trump.

Os ataques de Donald Trump tentam minar a democracia brasileira e atentar contra as instituições do país. Ele afirmou que “o único julgamento que deveria estar acontecendo é o julgamento pelos eleitores do Brasil”, em referência a ação penal sobre o golpe de Estado que tramita no Supremo contra Jair Bolsonaro e seus aliados. 

O presidente do PT, Humberto Costa, destacou que Trump deveria cuidar dos assuntos internos de seu país e que as declarações dele não vão impedir a ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado de continuar tramitando no Judiciário. “O Brasil é um país soberano e, diferentemente de outros países, golpistas aqui são punidos pela Justiça e não serão anistiados. Temos instituições fortes e que não se furtam em cumprir seu papel constitucional na democracia. As palavras de Donald Trump em nada afetam o julgamento legal da organização criminosa armada, liderada pelo já inelegível Jair Bolsonaro, responsável por tentativa de golpe de Estado. O Brasil é um país soberano, cujo povo refutou, nas urnas, a subserviência de quem batia continência para a bandeira dos EUA. Trump deveria se ocupar dos seus tantos problemas domésticos, em vez de dar palpites sobre temas internos de outro país. Do Brasil, cuidamos nós, os brasileiros!”, destacou Humberto.

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A ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também respondeu a declaração do presidente norte-americano e lembrou que o Brasil não é subserviente aos EUA, como ocorria na gestão de Jair Bolsonaro, que em manifestações anti patriotas chegou até mesmo a prestar continência para a bandeira dos Estados Unidos. 

“Donald Trump está muito equivocado se pensa que pode interferir no processo judicial brasileiro. O tempo em que o Brasil foi subserviente aos EUA foi o tempo de Bolsonaro, que batia continência para sua bandeira e não defendia os interesses nacionais. Hoje ele responde pelos crimes que cometeu contra a democracia e o processo eleitoral no Brasil. Não se pode falar em perseguição quando um país soberano cumpre o devido processo legal no estado democrático de direito, que Bolsonaro e seus golpistas tentaram destruir. O presidente dos EUA deveria cuidar de seus próprios problemas, que não são poucos, e respeitar a soberania do Brasil e de nosso Judiciário”, destacou Gleisi. 

Ataque à soberania

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmou que a posição de Trump é um ataque à soberania brasileira. “Esse tipo de intervenção cria uma clara ameaça diplomática: premissas de chantagem, retaliação ou pressão externa — sob o pretexto de proteger aliados políticos — abrem caminho para conflitos entre nações e minam a credibilidade do Brasil no cenário internacional. Transformar processos legais em tema de disputa bilateral gera risco real de crise diplomática entre Brasil e EUA. É urgente reafirmar: nossos órgãos judiciais são legítimos e autônomos, e não aceitarão ser subordinados a interesses de governos estrangeiros”, ressaltou Lindbergh. 

Da Redação

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