No Ceará, Camilo Santana quer aprofundar mudanças

Em entrevista à Agência PT, governador eleito fala sobre desafios, expectativas e parceria com Dilma

Camilo Santana, do PT: governador eleito do Ceará quer estado em sintonia com governo federal

Eleito com 53,3% dos votos válidos no segundo turno nas eleições deste ano, Camilo Santana será o primeiro representante do Partido dos Trabalhadores no comando do governo do Ceará. À frente do Palácio da Abolição, a partir do dia 1º de janeiro, o novo governador terá o desafio de garantir continuidade às evoluções conquistadas pelo estado nos últimos anos e aprofundar as mudanças.

Camilo tem 46 anos e foi secretário do Desenvolvimento Agrário do Ceará durante a primeira gestão do governador Cid Gomes, entre 2007 e 2010. No segundo governo, Santana esteve à frente da Secretaria das Cidades. Nas eleições de 2010, o petista foi o deputado estadual mais votado entre os cearenses e recebeu 131,1 mil votos.

Em entrevista à Agência PT de Notícias, em Fortaleza (CE), Camilo Santana fala sobre as expectativas para os próximos quatro anos, os principais desafios e também sobre a parceria com a presidenta Dilma Rousseff.

Agência PT – O senhor é o primeiro governador eleito pelo PT no Ceará. Como está a expectativa para esse novo governo?

Camilo Santana – Nós já fizemos parte do governo do Cid Gomes, um governo que fez grandes realizações e garantiu que o Ceará tenha a terceira melhor geração de empregos do Brasil. O Ceará cresceu nos últimos anos de forma significativa, criou uma grande rede de educação profissional, é referência com o programa de alfabetização na idade certa, triplicou o volume de investimentos.

O desafio é dar continuidade a esses indicadores importantes que o Ceará tem tido ao longo dos últimos oito anos. Temos a grande responsabilidade, também, de representar hoje o partido, como primeiro governador. Portanto, é uma responsabilidade dupla, para ainda garantir que a gente continue fortalecendo as políticas que já foram implementadas, aprofundar as mudanças necessárias, dar uma nova cara ao governo nos próximos quatro anos e, principalmente, na saúde.

O Ceará ampliou a rede pública de forma significativa, mas nós sabemos que a solução não é apenas construir um hospital ou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O problema é o funcionamento, o custeio.

AgPT – O processo de transição com o atual governo de Cid Gomes já está em andamento? Como está sendo feita a transição?

CS – É uma transição tranquila, até porque temos uma boa relação com o governador. Eu estou fazendo uma transição um pouco diferenciada, pois eu mesmo estou coordenando. Dessa forma, tenho a oportunidade para aprofundar o conhecimento de cada área de governo, de cada secretaria, dos gargalos, dos desafios dos projetos, dos recursos existentes para cada setor.

Vamos integrar o diagnóstico que estamos fazendo do atual governo e as nossas propostas de campanha para os próximos quatro anos. Tem que haver essa intersetorialidade em relação a essas questões porque temos compromissos assumidos e temos que planejar a execução.

Então, nesse momento, a minha dedicação tem sido aprofundar o conhecimento sobre a administração do governo. É importante para definirmos nosso planejamento principalmente por estarmos preocupados com a situação econômica no próximo ano. Nós temos de ter muita tranquilidade e muita responsabilidade para saber quais serão nossos limites a partir de 2015.

AgPT – Quais serão prioridades e as primeiras ações do governo do Ceará a partir do dia 1º de janeiro?

CS – Primeiro, vamos fazer a renovação da equipe de governo e depois anunciar as medidas importantes justamente para fazer os ajustes, não só no ponto de vista financeiro, mas também em relação aos resultados da gestão anterior. E também vamos apresentar um planejamento à população. Eu quero apresentar as ações planejadas para cada ano de governo.

Também vamos colocar no site oficial do governo dos os compromissos e propostas que assumimos durante a campanha. Esta será uma ferramenta para que a população possa acompanhar e fiscalizar as ações do governo. Assim, a sociedade cearense poderá acompanhar, fiscalizar e também cobrar. Vamos criar novos mecanismos de participação e de diálogo com a sociedade, pois temos o desafio de aprofundar o processo democrático do governo e também dar respostas à sociedade. Essa é uma das grandes cobranças da população.

AgPT – O Ceará já tinha um governador da base. Qual será a diferença, para o Ceará, em ter um governo do PT, trabalhando em conjunto com a presidenta Dilma Rousseff?

CS – Eu tive a oportunidade de estar com a presidenta Dilma duas vezes após as eleições. A minha expectativa e esperança é que possamos aprofundar as parcerias importantes para o Ceará. Isso já vinha acontecendo. Talvez na história do estado nunca se tenha tido um volume tão grande de investimentos e obras estruturantes como em recursos hídricos, mobilidade urbana, em parceria com os governos do ex-presidente Lula e da presidenta Dilma.

Nós precisamos possibilitar investimentos de infraestrutura importantes, como a luta pela refinaria, a conclusão da siderúrgica que está em obras e interiorizar o desenvolvimento. Mais de 65% do desenvolvimento hoje está concentrado na região metropolitana do estado. Precisamos fortalecer o turismo, que tem uma vocação muito forte no Ceará

A expectativa é muito positiva, mesmo diante do cenário internacional, de um baixo crescimento da economia como temos acompanhado. A expectativa é que a gente possa fortalecer as parcerias com a presidenta Dilma.

Por Mariana Zoccoli, enviada especial da Agência PT de Notícias

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