No Dia do Trabalhador, centrais sindicais se unem contra o golpe
O tradicional evento do 1° de maio acontecerá em diversas cidades neste ano. Atos serão realizados contra o golpe à Dilma e aos trabalhadores
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“Atrás do patinho feio da Fiesp está a escravidão moderna”, explicou o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, nesta quarta (27), durante coletiva de imprensa de centrais sindicais na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT), em São Paulo.
O evento foi convocado para esclarecer como serão as ações das principais centrais contra o golpe e em defesa do trabalhador no ato de 1º de maio, no Vale do Anhangabaú, no centro da capital. Há a expectativa participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na manifestação do próximo domingo. Os organizadores informaram, ainda, que também convidaram a presidenta Dilma Rousseff para o ato no Dia do Trabalhador.
Para Araújo, o processo de impeachment é uma tentativa de implantar a agenda neo-liberal que saiu derrotada nas últimas eleições presidenciais. Ele também insistiu que a “Ponte para o Futuro”, plano político e econômico que Michel Temer pretende por em vigor caso o golpe seja consumado, é um retrocesso enorme para a classe trabalhadora.
“A ‘Ponte para o Futuro’ é o mesmo que rasgar a CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], fortalecer a terceirização e começar a perder boa parte dos direitos trabalhistas”, disse o presidente da CTB. Ele também analisou que as manifestações de junho de 2013 favoreceram os grupos mais conservadores do País.
“As Jornadas de Junho fortaleceram as forças conservadoras e a chamada bancada BBB [Boi, Bíblia e Bala] da Câmara”, afirmou.
Golpe ao trabalhador
De acordo com o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, não é possível “um bandido” como o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), julgar uma presidenta honesta. Ele comemorou que a imprensa internacional está denunciando o golpe em vigor e explicou quais instituições, na visão dele, querem a destituição de Dilma.
“A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e a CNI (Confederação Nacional da Indústria) têm muitos interesses em tirar o direito dos trabalhadores. Se a Fiesp está apoiando é porque tem um interesse bastante próprio”, garantiu.
Para o presidente da Intersindical, Ricardo Saraiva, o golpe não é apenas contra a presidenta. “Quem está sendo golpeado não é a Dilma, quem está sendo golpeado não é o Lula. O golpe é contra a classe trabalhadora. O que está em jogo é um ataque feroz aos trabalhadores”.
Apesar de lembrar que fez oposição ao ex-presidente Lula em muitas oportunidades, Saraiva se opôs às tentativas de prisão do ex-presidente, “a maior liderança política da América Latina, e, quiçá, do mundo”.
Saraiva garante que a luta permanecerá seja qual for o resultado do processo de impeachment no Senado Federal. “Nós não vamos permitir que um governo golpista governe. Nós vamos barrar o golpe custe o que custar”.
O ato democrático acontecerá no Vale do Anhangabaú, a partir das 10h, e será dividido em duas partes. Das 10h às 14h, mais de 60 lideranças políticas e organizações se revezarão em discursos de apoio à democracia e à classe trabalhadora. Após às 14h, haverá apresentações culturais e artísticas, como Beth Carvalho, Martinho da Vila, Chico César e Detonautas Roque Clube.
Leia mais sobre o evento em São Paulo: http://bit.ly/1Wqh53v
Pelo Brasil
Em Brasília, o Ato Unificado em Defesa da Democracia e contra o Golpe acontece, a partir das 10h, no estacionamento da Torre de TV.
Por sua vez, as manifestações no Rio de Janeiro serão antecipadas para sexta (29). O grande ato politico ocorrerá na Lapa e terá a presença de lideranças da Frente Brasil Popular. O evento ainda terá show de Arlindo Cruz e diversos outros artistas populares.
Os locais e horários das manifestações em todo o Brasil serão anunciados nos próximos dias. Confira a agenda de mobilizações já anunciadas.
Por Bruno Hoffmann, da Agência PT de Notícias