No rumo certo: mais uma vez, previsão do PIB sobe e da inflação cai
OCDE, mercado financeiro e Ministério da Fazenda revisam suas projeções sobre a economia brasileira e já se fala em crescimento de 3,2% do PIB este ano
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Em 3 de abril, durante reunião com sua equipe de ministros, Lula profetizou: “Eu acho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo. Vai acontecer mais coisas no Brasil do que as pessoas estão esperando”.
Naquele dia, o boletim Focus, que toda semana traz as projeções do mercado financeiro para a economia, acabara de prever um crescimento de 0,9% do PIB (Produto Interno Bruto) para este ano.
Cinco meses depois, o mercado dá razão a Lula. A última edição do boletim, divulgada nessa segunda-feira (18), projeta um crescimento para a economia do país até o fim de 2023 de 2,89%, 0,25 ponto percentual a mais que os 2,64% previstos na semana passada.
Já a projeção da inflação só cai. Em janeiro, o boletim previa que o IPCA (Índice de Preços Ao Consumidor – Amplo) fecharia 2023 em 5,89%. Na semana passada, estava 4m 4,93%, e, nesta semana, em 4,86%.
OCDE e Fazenda preveem PIB acima de 3%
A expectativa de uma inflação menor e um crescimento maior do que os projetados no começo do ano não ocorre apenas no mercado. A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) também vem revisando suas projeções para o Brasil.
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Em março, a organização previa um crescimento de 1,0% para a economia brasileira este ano. Em junho, já apontava um PIB de 1,7%. Agora, em relatório também divulgado nessa segunda-feira, a OCDE apontou crescimento de 3,2% para o Brasil, quase o dobro do projetado três meses atrás.
Já a projeção de inflação também foi reduzida pela OCDE. Em março, a organização previa um IPCA de 5,4%. No relatório de segunda-feira, esse índice foi reduzido para 4,9%.
As taxas previstas pela OCDE são praticamente as mesmas divulgadas pelo governo Lula. Nesta semana, o Ministério da Fazenda também aumentou sua estimativa de PIB, elevando-a de 2,5% para 3,2%. Já a previsão de inflação foi mantida em 4,85%, como no boletim anterior, publicado em junho.
Haddad e equipe otimistas
Segundo a Secretaria de Políticas Econômicas (SPE) do ministério, o aumento da estimativa do PIB se deve aos bons resultados colhidos ao longo do ano.
“Além da surpresa com o avanço do PIB no segundo trimestre, também contribuíram para elevar a estimativa de crescimento no ano o aumento na safra projetada para 2023, resultados positivos observados para alguns indicadores antecedentes no terceiro trimestre e expectativas de recuperação da economia chinesa no quarto trimestre de 2023”, informou a secretaria em nota.
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No começo do mês, o ministro da fazenda, Fernando Haddad, antecipou o otimismo da equipe econômica, ao afirmar que o PIB brasileiro em 2023 não deve ficar abaixo da média global. Segundo o ministro, o país não tem “o direito de oferecer para a sociedade menos do que um crescimento superior ao da média global”, disse.
“Estou otimista. Espero que nós tenhamos um ciclo longo depois de 10 anos de muitas dificuldades”, completou Haddad, ao participar de um seminário promovido por uma revista especializada em economia.
Da Redação