Nomes ligados à mídia brasileira são citados nos Panamá Papers
Pelo menos 14 empresários da mídia, seus parentes ou jornalistas têm relação com offshores criadas pela panamenha Mossack Fonseca
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Paula Marinho (neta de Roberto Marinho), Carlos Schroeder, diretor da Globo, José Roberto Guzzo (colunista de Veja e membro do conselho editorial da Abril) e Ruy Mesquita Filho (Estado de S. Paulo) são alguns dos nomes que aparecem nos Panamá Papers, os arquivos da empresa de advocacia do Panamá Mossack Fonseca, sobre contas mantidas em paraísos fiscais por meio de empresas offshore. Segundo um levantamento feito pelo jornalista Fernando Rodrigues, há pelo menos 14 jornalistas ou empresários ligados à direção de grandes grupos de mídia brasileiros no dossiê.
São mencioados também o apresentador Carlos Massa, o Ratinho, a dona da TV Verdes Mares, Yolanda Vidal Queiroz, um sócio do grupo Bloch, antigo dono da TV Manchete, Pedro Jack Kapeller, o ex-senador João Tenório (PSDB-AL), dono da TV Pajuçara, em Alagoas, e o sócio das TVs Studio Vale do Paraíba e Jaú, Antonio Droguetti Neto.
“A lei brasileira permite a qualquer cidadão ter uma empresa num paraíso fiscal. É necessário, entretanto, que a operação esteja registrada no Imposto de Renda do proprietário. Quando há envio de recursos para o exterior, é também obrigatório informar ao Banco Central sobre a operação em casos que superem o equivalente a US$ 100 mil”, explica a reportagem.
Operação Lava Jato
De acordo com o texto, em alguns casos, como de Schroeder, as offshores estão legalmente declaradas. No caso de Paula Marinho, as offshores estão relacionadas à empresa Vaincre, dona da mansão em Paraty. Seu ex-marido, Alexandre Azevedo, chegou a trocar mensagens com funcionários da Mossack Fonseca, presos pela Lava Jato.
“As mensagens seguintes são trocadas por uma funcionária da Glem Participações, empresa de Alexandre Azevedo, e representantes da Mossack Fonseca. O nome e o endereço de Paula Marinho são designados para receber as faturas dos débitos. Em nov.2009, os comprovantes dos pagamentos em nome de Paula são enviados à firma panamenha. Dos 4 funcionários da Mossack envolvidos na conversa, Renata Pereira e Ricardo Honório foram presos pela Lava Jato no dia 27.jan.2016. Mercedes Riaño está foragida e o outro não é citado nas investigações”.
“A Vaincre LLC tinha como única acionista a Camille Services S.A., empresa sediada no Panamá que também tem ações em dezenas de outras offshores, inclusive da Murray Holding, dona do tríplex no Guarujá atribuído ao ex-presidente Lula. O petista nega ser o proprietário”, informa o texto.
Evasão fiscal e lavagem de dinheiro
A presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores não são citados nos documentos, divulgados no início do mês de abril. Este é considerado o maior vazamento de documentos confidenciais já realizado no mundo e revelou o suposto envolvimento de diversos políticos, empresários e celebridades nacionais e internacionais em esquemas de lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Entre brasileiros estão Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ex-senador e presidente do PSDB Sérgio Guerra, morto em 2014. O PMDB, do vice-presidente Michel Temer, foi a legenda com mais integrantes mencionados nos documentos da empresa panamenha.
Da Redação da Agência PT de Notícias